quinta-feira, 30 de maio de 2024

Oficina Produção Audiovisual

Oficina Produção      Audiovisual

       Cine Vídeo

Teatro MultiLinguagens

poesia.teatro.música.audiovisual

leitura criação interpretação

 

Objetivo: desenvolver em cada um dos participantes potencialidades em uma dessas linguagens

 Horário: sábados das 14 às 17h

 Local: a definir

 Interessados entrar em contato

 pelo e-mail fulinaima@gmail.com

ou 22 99815-1268 – whatsapp

 Direção: Artur Gomes, Jiddu Saldanha, Tchello d´Barros

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KINO3

https://arturgomesgumes.blogspot.com/

Fulinaíma Multi Projetos

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/

 

clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=xG0d5YqKqBU



diagnóstico

 

tenho andado como

um taco se sinuca quebrado

 

uma tremenda dor na nuca

em quinta de feriado

 

não encontrei o meu amor

no caixa do super mercado

 

arrisquei um lance

o dado era quadrado

 

dizem que é pressão alta

hipertensão coisa desse tipo

 

mas ficar aqui largado

abandonado é que eu não fico

 

Artur Gomes

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da Balbúrdia PoÉtica

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/




quando vi

essas pernas abertas

em minha direção

curuminha em cachoeira

nem sei que forças tive

pra me segurar

e não fazer uma besteira

 

Federico Baudelaire

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OUTONO-ME

                 Rose Araujo 🌹

 

Outonos, assim, intraduzíveis.

Dias plúmbeos, chuviscantes

e vento agudo no rosto,

 contornando o [re]existir.

No Outono existimos,

súbita alegria inspira e expira,

 aguçando as narinas.

Ah, o Outono,

o tempo parece expandir-se

a vida mostra-se mais larga, 

e acalma a alma, em retinas diárias.

Bailando à melodia do tempo, amarelamos folhas,

 passarelamos chãos.

E a vida engrandece,

a alma agradece,

o olhar enternece

: outono-me!

 

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 Balbúrdia PoÉtica

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quarta-feira, 29 de maio de 2024

revirando a tropicália

 

“é preciso estar atento e forte
não temos tempo de temer a morte”

no Brasil nem tudo
é Divino Maravilhoso
como cantou Caetano Veloso
na geleia geral brasileira
o genocida ainda continua
a nossa espreita
doido para nos dar uma rasteira
que o nosso canto
seja cada vez mais alto
como um beijo no asfalto
entre os coqueirais
e bananeiras

Artur Gomes
Revirando A Tropicália
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Balbúrdia Poética
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terça-feira, 28 de maio de 2024

múltiplas poéticas

              Leminsk i Ando

 

só olho ana    à vera

faça outono ou primavera

quantas eras

quantas anas

em carNA val

meu olho disse

:

ana à vera

vera ana

ana clara

claralisse

vejo ana

lendo Eunice

quando li

só vi lu ana

e

ana ali

só vi

li ana

ana/verso

anAlice

 

Artur Gomes

Do livro BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas

Alpharrabio Edições - 2000


Aos predadores da utopia - Lau Siqueira

 

   Aos predadores da utopia

 

dentro de mim

morreram muitos tigres

 

os que ficaram

no entanto

são livres

 

Lau Siqueira

Do meu primeiro livro, O Comício das Veias, lançado em 1993.Hoje também no Inventário do Pêssego, que reúne meus quatro primeiros livros e foi publicado ano passado pela Editora Casa Verde - casaverde@casaverde.art.br



13 livros para conhecer a literatura paraibana contemporânea

https://medium.com/revista-sucuru/coluna-zoiudo-13-livros-para-conhecer-a-literatura-paraibana-contempor%C3%A2nea-378524d7ef8b


domingo, 26 de maio de 2024

  

A Traição do Lirismo
Dalila Teles Veras 


Artur Gomes, feito gume, é máquina devoradora do mundo. Mastiga coisas, afetos, pessoas, rumina e afia os elementos em sua navalha verbal e os transforma na mais pura poesia. 

 

Dono de uma criatividade em permanente ebulição, hábil no verbo  e na disposição visual do mesmo no espaço do suporte - papel ou pano - 
bandeira a gotejar palavra que, não raro, é também palco e gesto, 
(in)cenação a complementar e enriquecer o que a palavra muda já disse,  a dizer outra coisa que é também a mesma coisa: poesia. 

Poeta em tempo integral, como poucos ousaram ser, Artur Gomes constrói, 
sem pressa (os anos não parecem pesar - na carne nem no espírito) 
a sua delirante e criativa poesia, colagem da colagem da colagem, 
(re)encarnação mais do que perfeita da antropofagia como nem  mesmo o velho Serafim sonhou. Nada, absolutamente nada escapa  à sua devastadora e permanente passagem, andarilho de poderosa  voz a evangelizar para a poesia.

Este Brazilírica Pereira: A Traição das Metáforas é a continuação 
de um enredo de há muito ensaiado. Seus atrevidos personagens  já apareciam em Vinte Poemas com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção  Com Sabor de Campos.

 

Legítimas apropriações retiradas de 
suas viagens brazílicas, figuras que a sua generosidade literária 
faz questão de homenagear. Na passarela poética de Artur, 
tanto podem desfilar Mallarmé, Faustino, Dalí, Oswald, 
Baudelaire, Drummond, Pound, Ana Cristina César  e o sempre lembrado mestre Uilcon Pereira,  a quem o novo livro é dedicado, como personagens anônimos  encontrados nas quebradas do mundaréu, além dos amigos, 
objeto constante de sua poesia.

 

Neste caldeirão,  “olho gótico TVendo”, entra até um despudorado acróstico,  rimas milionárias em permanente celebração.  O poeta Artur, disfarçado de concreto, 
celebra descaradamente a amizade e o lirismo  e ri-se de quem tenta classificá-lo. Evoé, Artur!


 

Delírio Verbal e Preito 
em BraziLírica Pereira

O livro, altar em que se celebra poetas do conturbado século XX, traz a poesia do poeta fluminense Artur Gomes, situada na interface da praxis artística e da experiência existencial, advinda do campo das escaramuças lexicais e da experimentação alegórica. 

Erorci Santana* 

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BraziLírica Pereira: A Traição das Metáforas (Alpharrabio Edições, Santo André/SP, 2000), obra poética de Artur Gomes, toda grafada em minúsculas, principia com dois textos ou, melhor, intertextos com lastro na obra do escritor Uilcon Pereira, espécie de homenagem a desvairada letra uilconiana e à figura daquele escritor. Tanto que, no sintético poema que arremata esse preito literário, Artur o invoca através de uma circunstância biográfica datada:

“quem es tú uilcon pereira?/que foste fazer na sorbonne?/ter aulas com sartre/ou cantar a simone?”. 

Contudo, e apesar da primazia de Uilcon Pereira nesta festa verbal, é vasto o coração dessa usina lírica, BraZilírica Pereira trafega em que, antes de traição, há a afirmação do caráter multifacetário e engendrador das metáforas, personificadas e levadas ao extremo onde êxtase e humor se entrelaçam.

 Todo um renque de escritores de ponta é glosado, parodiado e parafraseado: Mallarmé(e seu lance de dados), Oswald de Andrade (e seus biscoitos finos, prometido ao palato das massas), Leminski (e sua Alice), Drummond (e seu anjo torto), além de Torquato Neto, Mário Faustino, Sousândrade, Ezra Pound, Dalí, Ana Cristina César, autores referenciais a constituir um panteão geracional. São ícones alinhados no altar da celebração literária, sim, mas também serventia doméstica, dos quais o autor se utiliza, por estético capricho, com derrisão e iconoclastia:

“torquato era um poeta/que amou a ana/leminski profeta/que amou a lice/um dia/pós/veio uilcon torto/e pegou a joia diana/juntou na pereiralice/com o corpo & alma das duas/foi Beauvoir assombradado/roendo o osso do mito/pra lá de frança ou bahia/pois tudo que o anjo via/Sartre jurou já Ter dito/Nonada/biúte:ria”. 

Aqui não se vislumbra paradoxo, pois a modernidade, tendo peneirado as cinzas da dor humana no século XX, revelou a fênix de face tanto ebúrnea quanto álacre; a arte passou a privilegiar o profano e o lúdico em detrimento das inclinações sacramentais e sombrias.

E essa BraziLírica Pereira antropofágica e transluzente é a maneira do poeta entretecer a urdidura dos afetos, reinventar a cultura e os agentes culturais de sua predileção, com instrumentos lúdicos e sarcásticos, considerados a ponte para a grande arte. 

Outro aspecto a ser considerado é que o autor, egresso do movimento da poesia marginal dos anos 70,

 “essa poesia de efeito extraordinariamente comunicativo, que procura e tira vantagem de uma dicção bem-humorada, ardilosa, alegre e instantânea”, na radiografia de Heloísa Buarque de Hollanda, incorporou e aprimorou suas principais conquistas estéticas, notadamente elementos da oralidade acoplados à exploração acentuada da sonoridade vocabular, recurso que leva a poesia ao liminar do domínio musical.

Quase não é mais poesia para ler e sim para dizer em alta voz, ou cantar., circunstância em que o poeta moderno recupera o status de jogral. Nessa aventura literária, às vezes o autor se transubstancia no texto, traveste-se através das personas Lady Gumes, Macabea, Federika Bezerra, Fedra Margarida, projeções de seu alter-ego que pretendem cravar o corpo na palavra, com sinuosidades, coalescências e dissimulações, atributos só encontráveis no espírito feminino. 

Situada na interface da praxis artística e experiência existencial, o poeta-prazer, com estado de êxtase permanente desde Couro Cru & Carne Viva, perpetua sua poesia guerrilheira no campo das escaramuças lexicais e da experimentação alegórica, dotada até de um certo autoflagelamento exibicionista, em que louca e alucinada se lacera e despe-se da veste hierática revelando sua outra face insuspeita, sua outra indumentária profusa e multicolor. Em outras palavras, seu traje de ironia e de humor. 

Erorci Santana é poeta, autor de Estatura Leviana, Conceitos para Rancor e Maravilta.

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Vampiro Goytacá

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axioma para final de século 

p/Carlos Careqa & Hélio Letes

 

a diferença

entre o legume

e o vegetal

VER/dura

mineral

nas minas do quintal

fruto menstrual

no ancestral pomar

das coxas

 

Artur Gomes

BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas

Alpharrabio edições - 2000

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Balbúrdia Poética

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tirei hoje de uma foto.grafia que vi na tv a fumaça do tempo         em que não vivi 

 

Artur Gomes

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múltiplas poéticas

certa vez a beleza se chamava Manhuaçu era pura alegria à beira da BR-040 de Minas indo pra Bahia   Artur Gomes leia mais no blog https://br...