quinta-feira, 20 de março de 2025

múltiplas poéticas


O tempo vai passando e sem poemas

eu fico sem problemas

até que do entre os peitos começam abismos

e de cada uma das mãos uma saudade.

Dos pés um espaço vazio

 

Estou começando a estar aprisionada

de poemas

e poemas gostam de vibrações.

Não de emoções

que são sempre  excessivas e vazias,

mas vibrações

que é também o estado das emoções

antes de terem nome

e conceito.

 

Preciso de palavras, eu penso.

Preciso  deixar falar

O rio de letras em meu corpo.

Ai tudo se completa em etapas.

Tudo se encaixa e retrai. Tudo amor.

 

Viviane Mosé

do livro desato

2006


 moinhos de vento

 

por tanto tempo

por tanta escrita

por tanta carta

sem respostas

nossos moinhos de vento

muito além da mesa posta

 

ainda trago em mim

tuas mãos

tuas coxas

tuas costas

 

a tua língua

entre os dentes

em ex-camas que não tivemos

em madrugadas expostas

 

e tua fome era tanta

em tudo o que não fizemos

nesse teu corpo de santa

naquele tempo de bestas

na caretice de bostas

 

Artur Gomes

Do livro O Poeta Enquanto Coisa

2020

*

Eu sonho poema

 

Tem quem sonha

Em preto e branco

Tem quem sonha

Videoclipe

Tem quem sonha

Filme mudo

Tem quem sonha

Tela de cinema

 

Eu sonho poema

 

Armando Liguori Junior

do livro A Poesia Está Em Tudo

 2020

*

Calor dentro

Calor fora

 

Quarenta graus

à sombra

Assombra

 

Tua mão quente

sobre o seio meu

 

hora ígnea

ante o olhar

de Prometeu

 

Noélia Ribeiro

do livro Espivitada

2017

Balbúrdia PoÉtica 5

Dia 5 – Abril – 2025 – 16h

Campos VeraCidade

música teatro poesia

Academia Campista de Letras

Parque Dr. Nilo Peçanha

Jardim São Benedito

Campos dos Goytacazes-RJ

textos/poemas de:

Ademir Assunção + Paulo Leminski + Ferreira Gullar + Artur Gomes + Torquato Neto + Viviane Mosé 

*

Artur Gomes

 Jogo de Dadaísta

não sou iluminista/nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

cumer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca/negra

amar/ela vermelha verde

ou cafusa

eu sou do mato curupira carrapato

eu sou da febre sou dos ossos

sou da lira do delírio

e virgílio é o meu sócio

pernambuco amaralina

vida leve ou sempre/vida severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta

ou cafetina

devorar é minha sina

profanar é o meu negócio

 

clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8


Mostra Visual Poesia Brasileira

Exposição retrospectiva

Múltiplas PoÉticas

17 Maio – 20h – na programação da Balbúrdia Poética 6 – em Cabo Frio

com a Poesia de:

Tanussi Cardoso + Lau Siqueira + Wélcio de Toledo + Sérgio de Castro Pinto + Tchello d´Barros + Jidduks + Ademir Assunção + Torquato Neto + Paulo Leminski + Noélia Ribeiro + Aroldo Pereira + Jorge Ventura + Ricardo Vieria Lima + Angel Cabeça + Luis Turiba + César Augusto de Carvalho + José Facury + Artur Gomes

 

 muito mais – aguardem mais informações

  

- tem chá tia

- com anis

- sem anis tia

 

Lira Auxiliadora Lima de Castro

 

leia mais no Blog

Balbúrdia PoÉtica

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/


Olhos de olhar pra dentro

Tinha uns olhos que não eram olhos,
eram tardes de chuva miúda
dissolvendo a cidade em espelhos,
estradas sem pressa,
trens que voltam e nunca chegam.

Os olhos dela sabiam de tudo,
das mortes pequenas nos quintais de infância,
dos tremores que moram no fundo do peito,
da poeira que dança no sol das manhãs.
Sabiam até quando ele mentia.

Olhos que pesavam o silêncio,
que liam cartas não escritas,
que ficavam parados, tão quietos,
mas sabiam voar.

E ele, que só tinha palavras tortas,
quis aprender com os olhos dela
a ver as coisas que não se dizem.

Simone Bacelar
Salvador (não lembro a data


Balbúrdia PoÉTICA 5

Dia 5 Abril 2025 – 16

música teatro poesia

Academia Campista de Letras

Parque Dr Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Goytacazes-RJ

 

Pois bem, o dia está chegando e eu estava tenso, preocupado com uma resposta que aguardava, pois se ela não viesse a tempo, ou fosse negativa, o roteiro para a Balbúrdia precisaria sofrer alterações quase aos 45 minutos do segundo tempo. Corria esse risco. Mas eis que a reposta positiva me chegou:

Viviane Mosé me autorizou a utilizar no roteiro poemas de sua autoria. Conheci Viviane e sua poesia, em 2002, quando ela venceu o IV FestCampos de Poesia Falada com o poema; Receita Para Lavar Palavra Suja. Em 2002 ainda a trouxe a Campos para o projeto Terças Poéticas que era realizado pelo SESC Campos. Feliz Dia

Ale´m dos poemas de Viviane Mosé no roteiro da Balbúrdia PoÉtica 5 – tem poemas minha autoria  mais:  Ferreira Gullar, Paulo Leminski e Torquato neto.

 

Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 99815-1268 – zap

@fulinaima @artur.gumes

*

     Balbúrdia PoÉtica 5

Dia 5 Abril 2025 16h

na Academia Campista de Letras

Parque Dr. Nilo Peçanha

Jardim São Benedito - Campos dos Goytacazes-RJ

 

nem ingênuo nem inocente

                Marielle Presente

 

hoje já sei o que vai ser

ensaio com o elenco

até um novo dia amanhecer

 

Fulinaimagem

1

por enquanto

vou te amar assim em segredo

como se o sagrado fosse

o maior dos pecados originais

e a minha língua fosse

só furor dos canibais

e essa lua mansa fosse faca

a afiar os verso que ainda não fiz

e as brigas de amor que nunca quis

mesmo quando o projeto

aponta outra direção embaixo do nariz

e é mais concreto

que a argamassa do abstrato

por enquanto

vou te amar assim admirando o teu retrato

pensando a minha idade

e o que trago da cidade

embaixo as solas dos sapatos

2

o que trago embaixo as solas dos sapatos

bagana acesa sobra o cigarro é sarro

dentro do carro

ainda ouço jimmi hendrix quando quero

dancei bolero sampleando rock and roll

pra colher lírios há que se por o pé na lama

a seda pura foto síntese do papel

tem flor de lótus nos bordéis copacabana

procuro um mix da guitarra de santana

com os espinhos da rosa de Noel

 

Artur Gomes

do livro: Juras Secretas –

Litteralux - 2018

clique no link para ver o vídeo

https://www.instagram.com/p/DHfxt75OIOJ/


todo

sábado

me

esqueço

me

entorto

enlouqueço

desconcerto

amanheço


balburdiar eis o verbo

ver pra crer

:

               difícil de falar

ótimo de fazer

 

amor

balbúrdia gozosa

jorrando poesia

enquanto goza

 

fazer balbúrdia

jogo de cartas

sem  baralho

:

dá prazer

                                 mas dá trabalho  

 

                                      Artur Gomes 

https://fulinaimagens.blogspot.com/


canção de um realejo solitário

para Artur Fulinaíma

 

“ainda tenho o teu perfume

pela casa

ainda tem você na sala

porque meu o coração dispara

quando sinto teu cheiro

dentro de um livro

dentro da noite veloz”

 

                  Adriana Calcanhoto

 

meu coração dispara

quando abro a porta

e não te vejo

na vertigem do dia

canção de um realejo solitário

quando não te beijo

eu imenso mar sozinha

como um peixe afogado em águas

de delírio e lágrimas de sal

 

Rúbia Querubim

in Drummundana Itabirina

Com os dentes cravados na memória

leia mais no blog

https://arturkabrunco.blogspot.com/


ouvi de um poeta

nesta última madrugada

na certa

com certeza

ele brigou com a namorada

 

                Lady Gumes 


Itabapoana Pedra Que Voa

dia desses sonhei com alquimia
ciência da transformação
na prova dos nove é alegria
o coração da pedra vira pássaro
e voa para outra dimensão

Artur Gomes
Por onde andará Macunaíma?


vendavais

e ventanias

sempre sopram

brisas boas

nos varais de poesia

 

Federika Lispector 


o acaso

 é um lance de dados

que por acaso

a gente lança

sem mesmo saber

se alcança

o número que se quer

 

                   Irina Severina


Manual Para Assassinar Frangos


Martinho Santafé
poema vencedor do III FestCampos de Poesia Falada

Às vezes, era o Rio Paraíba do Sul
que desmesuradamente crescia.
E as ruas ficavam cheias de escorpiões,
cobras d´água, lacraias com mil pernas...
parecia um monstro epiléptico e barrento
numa corrida maluca até o mar.

A gente torcia para que o rio subisse mais,
cada vez mais,
para que alguma tragédia
se consumasse, como no cinema.

Queríamos ver casas desabando,
árvores arrancadas à força,
as meninas, descalças,
impedidas de ir à missa dominical,
bêbados patinando no caos,
arrastados até a foz de Atafona,
numa infinita poça de lama e cuspe
que mandávamos para o céu.

Estávamos prenhes de vida
e queríamos a morte de mentirinha.
Sonhávamos com o apocalipse doméstico,
com a bomba asfixiando nossos
pré-sonhos.

O primeiro amor estava ao lado,
nas aulas do Liceu que, às vezes,
assassinávamos
com delicado prazer.

No verão de 66,
o rio ficou irado de verdade,
se emputeceu, invadiu o baú
onde eu guardava meus gibis
trocados antes das matinês do Cine Coliseu.
Adeus minha coleção
tão preciosamente inútil
de David Crocket, Buffalo Bill, Zorro,
Rock Lane, Cavaleiro Negro e etc.

E me lembro dessa grande enchente,
da aniquilação dos pessegueiros,
das parreiras, dos limoeiros, dos frangos,
da horta que minha avó tão bem cuidava.
Abius, mangueiras, bananeiras,
caramboleiras, formigas,
tudo se foi com o rio,
com essa referência geográfica
e conceitual
que ainda hoje tento traduzir.
Tudo se foi com o boi morto
no meio da correnteza,
coberto de urubus.

E no radinho de pilhas de s´eu Bertolino
(que, em uma canoa, ajudava as famílias
a recolherem seus pertences),
os Beatles cantavam “I want a hold your hands”.

Comecei a crescer com os Beatles
(e eles comigo),
a respeitar o rio e a temer s´eu Leleno,
meu vizinho e flamenguista doente,
que nas tardes de domingo,
quando o seu time perdia, enfiava a porrada
na Dorotéia, sua mulher - e maior torcedora
do Flamengo, por motivos amplamente justificados.

Também havia a Josete,
que ajudou a me descriar
e que tinha um namorado chamado Jomar,
um refinado sem vergonha.
Em 62, o Brasil foi bi-campeão
e Josete imaginava
Jomar fazendo gols nela.
Se Josete gozava, o fazia discretamente,
como os anjos gozam.
No silêncio.

Josete, que hoje é avó,
era filha de Neco Felipe,
um negro caolho e feliz,
que organizava os forrós
em Conselheiro Josino,
interior de Campos dos Goytacazes.
Forrós animados com cachaça, lampiões,
sanfona e alguma voz desdentada,
uivando para a Lua, nas quentes
madrugadas.

Além de Neco Felipe,
conheci outras pessoas felizes
que moravam naquela vila
no verdadeiro cú do mundo,
entranhada na miséria e nos canaviais
(os dois sempre andaram juntos),
com um cemitério
na beira da estrada.

Minha cabeça

se embaralhou toda:
- como é que as pessoas
podiam ser felizes
em Conselheiro Josino ?

Como é que as pessoas
podiam ser felizes
naquela merda,
ao lado de um cemitério
mambembe,
perto de um rio carregando tudo?

Como é que as pessoas
podiam ser ?

Mas as pessoas
eram
e algumas até se
foram.

Macaé

para Martinho Santafé

e Fernando Marcelo

in memória

 

Macaé

quantas vezes

mergulhei em imbitiba

quando era uma praia porreta

hoje não dá mais pé

e desfilei no boi capeta

com Marinho Santafé?

quantas vezes

poesia falada pelos bares da cidade

quanto mais significa

enquanto Fernando Marcelo

em seu jornal paralelo

expunha as questões do ambiente

da lagoa de imboacica?

no carnaval de 85

com máscara

de tancredo no rosto

travestido de lelê

pra dançar no tênis clube

e entrevista na tv

tudo visto tudo posto

enquanto isso

um rock in rio primeiro

com strip-tease de Péris Ribeiro

imitando o ACDC

para desvenda pedra do rock

em noites boêmias por aqui

no Palácio do Urubu

teatro música performer

poesia em exposição

e Sandra Wait me disse

logo assim que me ouviu

isso aqui está bem a cara

da bandeira do Brasil

um estandarte em procissão

e então Macaé

quantas vezes bebemos todas

quantas vezes tragamos todas

quantas vezes vestimos todas

poesia em comunhão ?

 

Artur Gomes

San Francisco de Itabapoana – 17 março 2025


era uma vez um mangue 

e por onde andará Macunaíma?

na sua carne no seu sangue

na medula no seu osso

será que ainda existe

algum vestígio de Macunaíma

na veia do seu pescoço?

 

               Artur Kabrunco 

  

o amor é impaciente

ele tem pressa

não somos tão jovens

como as canções

você tirou meu tempo

me fez solidão no amor

me dominou pensamentos

rasgou meu livro

de Bukowski

voce é ousado que só

calou Chico

o Buarque

calou-me

não sei se você brinca

ou flutua

mas sei que causa tumultos

imperdoáveis

você não mente

mas peca

arranca de mim

livros e roupas

rasga tudo

e numa lucidez barata

e calma

tropeço

como nunca

ou eu rasgo roupa e verbo

ou deixo mais um verso solto

demasiadamente solto

feito quem morre

sem conhecer

o cheiro

da flor

que seu corpo vela

 

Mônica Braga em um amor

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/


 Poética 55

 

aqui nesse Puerto Viejo

te beijo em tudo que vejo

teus olhos me vem como feixes

teus olhos fachos de luz

faróis – no desejo concreto

sinais – nesse deserto de gente

secreto em tudo que sinto

sinto muito – e também sente

 

           EuGênio Mallarmè 


ou tudo será posto de lado

e na procura da vida
a morte virá na frente
e abrirá caminhos.

É preciso que haja algum respeito,
ao menos um esboço
ou a dignidade humana se afirmará
a machadadas.

Torquato Neto


 Aqui nessa pedra

Alguém sentou

Para olhar o mar

 

O mar não parou pra ser olhado

Foi mar para tudo enquanto é lado

 

Paulo Leminski

Subversiva

A poesia
Quando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha Como puta Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
E promete incendiar o país.

Ferreira Gullar


não forçarei mais a chave
em fechadura errada
e nem insistirei
em calçar sapatos
que não me servem
assim,
tento ficar melhor
e escolho os dias de sol,
ou os nublados,
ou com chuva.
eu escolho.
a beleza dos dias
está em mim.
planto uma semente
em qualquer coração,
faço um poema
sem pretensão de colheita.
e sigo
nua, apreensiva e eterna.


                             Mônica Braga


O peso das palavras


As promessas dançam
como sombras sobre as águas.
Têm a forma do desejo,
mas oco é seu ventre.

Semeiam futuro nos lábios
e murcham antes do amanhecer.
Tão fáceis de vestir quanto de despir,
deslizam dos olhos sem deixar rastro.

Eu as vi nascer em bocas cálidas,
com perfume de verdades inventadas.
E vi morrer na secura dos dias,
quando o tempo as desmascara.

Quem me dera acreditar
sem carregar o cansaço de já saber
que as palavras juradas,
pesam menos que o silêncio.

Simone Bacelar
SSA 16/03/2025


FERIDAS

 

Então eu disse

Mamãe há uma ferida na minha perna.

Há muito medo em mim.

Ela se prolifera por minuto

como os pés de milho no mundo.

Já coloquei sobre ela folhas molhadas de malva e alecrim

mas não houve nenhuma cura, ainda que eu pedisse.

Ontem vieram, à tarde, homens e meninos

com suas roupas escafandras.

Trouxeram-me biscoitos orientais

leite fervido, amoras pretas

coxas fritas de passarinho

olharam, passaram as mãos,

mas nada fizeram pela cura da ferida.

Veja nela a diferente forma de árvore

saindo daquela portinhola pintada de barcaças vazias.

Espanta-me essa seiva de pólen de flores

que dela escorre.

Peço-lhe, ainda que lhe seja estranho

derrame seus cabelos que cantam,

sobre a minha ferida.

Deixe que as estrelas iluminem essa cama

e durma enquanto eu dormir.

Sei de dores de outros que se encontram no campo

mas, peço-lhe, durma sobre a minha perna ferida.


AS CENTO E ONZE PICAS

Celso de Alencar (do livro Poemas Perversos - Editora Quaisquer 2010)

Foram unhas

excitadas do inferno

que deixaram expostas

aos olhos do mundo

as cento e onze picas.

Estão mortas

as cento e onze picas.

Eternamente mortas.

Não veio do gozo

o gemido ouvido

no labirinto.

Foi do vendaval de chumbo

estacado na carne aflita.

Cento e onze bocas mortas.

Cento e onze vaginas órfãs.

Estendidas sobre

o largo piso frio,

enfileiraram-se para o pouso

de insetos de mortos.

Negras, brancas, pálidas,

as cores não importam.

São apenas

cento e onze picas mortas.


              celso de alencar


aonde vai cinzia farina

toda vestida de letras

como quem grafita na areia

um espelho d´água

à beira mar na lua cheia?

 

Federico Baudelaire


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múltiplas poéticas

O tempo vai passando e sem poemas eu fico sem problemas até que do entre os peitos começam abismos e de cada uma das mãos uma saudade. Dos p...