Uma das edições em 2025 será realizada em Santo André-SP - alguns
poetas/parceiros estarão comigo nesta jornada tias como: Zhô Bertholini, Jurema
Barreto, Dalila Teles Veras, Rosana Chispim, Paulo Dantas, Rubervam Du Nascimento etc.
transposição
na calada do dia
a dor desdorme
em sobressalto
em silêncio convulso
se
desse para
ver
com os olhos
alheios
pudesse crer
com a fé dos
outros
calmaria
as horas só
contradizem toda
ilusão
Rosana Chrispim
In Caderno de Intermitências
Patuá – 217
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me arrepio
dos pés dos cabelos
aos pelos da película
da medula
quando ouço
uma jura secreta
na boca do poeta
com sua língua
fornalha
faz tempo muito tempo
desde a sua carNAvalha
que o meu rio se estremece
e aí eu rogo em prece
que o meu corpo ainda valha
uma palavra no teu cio
Irina Serafina
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VeraCidade
pedra de toque
pedra de rock
veracidade meu bodoque
tem seu preço
na minha idade esta cidade
ainda não conheço
ninguém sabe escrever o endereço
desde os tempos
das colônias dos impérios
dos tropeiros dos tropeços
irina passeia à beira mar vestida de maresia beija no vento o sal do suor da pele nua quando senta na pedra do sossego gozando a liberdade de ser unicamente sua
Artur Gomes
surucabano
chiriquela gata magrela
com sua boca da guesa
me pergunta da janela
por sua mãe portuguesa
dandara a psicopata
de família irlandesa
traiu a confidência de zapatta
no carnaval pernambucano
matou o pai numa gravata
e se alistou no exército mexicano
Federika Lispector
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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Artur Gomes
Pátria A(r)mada
Prêmio Oswald de Andrade
UBE-Rio – 2022
2ª Edição Revisada e Ampliada
Fulinaíma
Campos dos Goytacazes, 2022
*
fome é tema de ensaio fotográfico com ossos à venda em bandejas
come osso menina
come osso menino
não há mais metafísica no mundo
do que comer osso
no açougue ou no mercado
osso de graça já foi dado
hoje é vendido hoje é comprado come osso maria
come osso mané
come osso joão
com arroz e feijão quebrado
porque nesse país sem nome
temos que comer osso
para matar a nossa fome
já podeis da pátria, filho ver demente a mãe gentil já raiou a liberdade em cada cano de fuzil salve lindo fuzil que balança entre as pernas a(r)madas da paz a gripezinha era a certeza esperança de um genocida imbecil incapaz
*
A
vida sempre em suspense
alegria prova dos nove
fanatismo nã0 me convence muito menos me comove
navegar é preciso
para Fernando Aguiar
Aqui redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre no AR
caranguejos explodem
mangues em pólvora
é surreal a nossa realidade
tubarões famintos devoram cadáveres
em nossa sala de jantar
como levar o barco e
m meio a essa tempestade?
navegar é preciso
mas está dificilíssimo navegar
*
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Assembléia Geral e Irrestrita
De caráter urgentíssimo Federika Lispector convocou uma assembléia conjunta entre a Mocidade Independente de Padre Oliváco – A Escola De Samba Oculta No Inconsciente Coletivo e a cúpula diretora da Igreja Universal do Reino de Zeus, para tornar público resultado da pesquisa de Pastor de Andrade nas cidades de Alombradado e Cu-deburro, sobre crimes eleitorais praticados mas eleições municipais de 2024, e ao mesmo tempo oficializar o noivado de Marcelo Brettas e Rúbia Querubim, que possivelmente se dará no lançamento do livro Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim marcado para 2025.
Irina Severina
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poetas confirmados para particiapações:
Abel Coelho, Alessandro de Paula, Antonio Carlos Pedro, Arnaldo Afonso, Beatriz Helena Ramos do Amaral, Benedito Bergamo, Bety Vidigal, Carolina Montone, Celso de Alencar, Claudio Daniel, Claudio Laureatti, Deolinda Nunes, Deslandi Torres, Dilene Barreto,
Dione Barreto, Elcio Fonseca, Fabiano Fernandes Garcez, Flora Figueiredo, Franklin Valverde, Ieda Estergilza Abreu, Ikaro Max, Joaquim Celso Freire, José Antonio Gonçalves, Junior Belle, Manogon Manoel Gonçalves, Marcelo Brettas, Marlene Araujo, Moreira de Acopiara, Noélia Ribeiro, Renata Magliano Marins, Roberto Bicelli, Rosani Abou Adal, Roza Moncayo, Rubervam Du Nascimento, Sandra Regina, Sergio Ravi Rocha, Shirlene Holanda, Silvia Helena Passarelli
O Poeta Enquanto Coisa, de Artur Gomes - lançado em 2020 pela Litteralux com prefácio de Igor Fagundes, tem relançamentos dia 3 de dezembro 19h, na Balbúrdia Poética 4, Patuscada, Livraria Café & Bar – Rua Luís Murat, 40 – São Paulo-SP e dia 7 de dezembro no Saralpha - Alpharrabio, Santo André-SP
Artur Gomes – assinatura por vir, heteronímica, heteromórfica – assim apresenta em O poeta enquanto coisa suas juras não mais secretas, mas públicas, ainda púbicas, aos afetos que compõem e decompõem sua literaturavida. Seus versos são rascunhos, rasuras e ranhuras a passar a limpo os nexos e os nervos de sua fatura formal e estilística, deixando sobre a página tanto um rastro de unha quanto o esmalte dos escritos e vozes que em sua alma avultam e nos dedos instauram cutículas.
Fragmento do prefácio de Igor Fagundes, doutor em Letras pela UFRJ, autor os livros Pensamento Dança, Macumbança e do recém lançado Santo.
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No próximo dia 23 às 16:hs à convite da minha amiga Renata Barcellos BarcellArtes estaremos nessa live em homenagem a memória de Antônio Cícero
https://www.youtube.com/live/ed5vFBpRtdQ?feature=shared
DIAMANTE
O amor seria fogo ou ar
em movimento, chama ao vento;
e no entanto é tão duro amar
este amor que o seu elemento
deve ser terra: diamante,
já que dura e fura e tortura
e fica tanto mais brilhante
quanto mais se atrita, e fulgura,
ao que parece, para sempre:
e às vezes volta a ser carvão
a rutilar incandescente
onde é mais funda a escuridão;
e volta indecente esplendor
e loucura e tesão e dor.
Guardar:
“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não / se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. / Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto / é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. / Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, / velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela / ou ser por ela. / Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro / Do que pássaros sem voos. / Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se / declara e declama um poema: / Para guardá-lo: / Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: / Guarde o que quer que guarda um poema: / Por isso o lance do poema: / Por guardar-se o que se quer guardar.”
“O FIM DA VIDA
Conhece da humana lida
a sorte:
O único fim da vida
é a morte
e não há, depois da morte,
mais nada.
Eis o que torna esta vida
sagrada:
Ela é tudo e o resto, nada.”
Antônio Cícero
INVERNO
Antônio Cícero musicado e gravado por Adriana Calcanhoto
No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir
De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial
Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei
Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
no deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar
Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar.
Antônio Cícero
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e ela vai pintando
o homem com a flor na boca
com seus pincéis de aquarela
poema que só é possível
pelas lentes dos olhos dela
Artur Gomes
poema do livro
O Homem Com A Flor Na Boca
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*
MOENDA
usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço
e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
:
o saldo e o lucro
Artur Gomes
dos livros - Suor & Cio - 1985
e Pátria A(r)mada - Editora Desconcertos – 2019 – Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio 2020 – 2ª Edição – 2022
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metáfora
meta dentro meta fora
que a meta desse trem agora
é seta nesse tempo duro
meta palavra reta
para abrir qualquer trincheira
na carne seca do futuro
meta dentro dessa meta
a chama da lamparina
com facho de fogo na retina
pra clarear o fosso escuro
Artur Gomes
Poema do livro Pátria A(r)mada
Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio- 2020 - Desconcertos Editora –
2ª Edição 2022
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