o
curral das merdavilhas
o brasil já foi ilha de vera cruz
e nunca foi ilha
já foi terra de santa cruz
e nunca foi santa
hoje ninguém mais se espanta
com o volume das trapaças
no curral das merdavilhas
Artur Fulinaíma
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/
a vida sempre em suspense alegria a prova do nove fanatismo não me convence muito menos me comove
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
o curral das merdavilhas
federika lispector
hoje
nesse tempo frio
me perdi de vista
bem na beira mar
quase beira rio
Federika Lispector
Mostra Visual de Poesia Brasileira
Poesia em Movimento – leia mais no blog
https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/
poema atávico
poema
atávico
e se a gente se amasse uma vez só
a tarde ainda arde primavera tanta
nesse outubro quanto
de manhãs tão cinzas
nesse momento em Bento Gonçalves
Mauri Menegotto termina
de lapidar mais uma pedra
tem seus olhos no brilho da escultura
confesso tenho andado meio triste
na geografia da distância
esse poema atávico tem
a cor da tua pele
a carne sob os lençóis
onde meus dedos
ainda não nasceram
algum deus
anda me pregando peças
num lance de dados mallarmaicos
comovido
ainda te procuro em palavras aramaicas
e a pele dos meus olhos anda perdida
em teu vestido
Artur Gomes
Do livro O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
Leia mais no blog
cacomanga 2
cacomanga
2
ali nasci
minha infância
era só canaviais
ali mesmo aprendi
conhecer os donos de fazenda
e odiar os generais.
Artur Gomes
Pátria A(r)mada
sábado, 18 de fevereiro de 2023
pátria a(r)mada
pátria a(r)mada
1
só me queira assim caçado
mestiço vadio latino
leão feroz cão danado
perturbando o teu destino
só me queira enfeitiçado
veloz macio felino
em pelo nu depravado
em tua cama sol à pino
só me queira encapetado
profanando aqueles hinos
malandro moleque safado
depravando os teus meninos
só me queira desalmado
cão algoz e assassino
duplamente descarado
quando escrevo e não assino
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com
(22) 99815-12668 – whatsapp
www.fulinaimagens.blogspot.com
queremos saber mais como os Portugueses trucidaram os índios na confederação dos Tamoios. para isso devo seguir os passos de Anchieta e me embrenhar pelo litoral. seguir as entranhas das florestas é o que me resta. Cristina Bezerra cuidará do virtual.
Clarice sempre me tira do centro
me entorna o eixo
Artur Gomes me desentorta
mostra outra porta
de entrada pra saída
nunca sei se é chegada
muito menos despedida
Federika Lispector
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
poéticas
Poética 42
Era uma menina vestida de outubro
atravessando a rua
com um girassol no seu vestido
suas mãos beijavam o vento
como fossem lábios
de um beija-flor
meus olhos mergulhados
na paisagem
entre os olhos da menina
e o espelho do retrovisor
foto.grafei naquela tarde
a cor do seu vestido
e o girassol daquele dia
para me habitarem
seja lá por onde eu for
Poética 45
a tessitura da palavra perda
me provoca sobressalto
atiro a pele para o alto
e salto para o abismo do poema
pornofônico confesso
se este poema inocente
primitivo natural indecente
em teu pulsar navegante
entrar por tua boca entre dentes
espero que não se zangue
se misturar o meu sangue
em teu pensar quando antropo
por todas bocas do corpo
em letal porno grafia
na sagração da mulher
me diga deusa da orgia
se também tu não me quer
quando em ti lateja/devora
palavra por palavra
a fome por dentro e fora
em pornofonia sonora
me diga Lady Senhora
nestes teus setenta anos
se nunca gozou pelos ânus
me diga Bia de Dora
num plano lítero/estético
qual humano ou cibernético
que te masturba ou te deflora
onde a poesia
se espalha
a língua nativa
não é fogo de palha
é brasa viva
Poética 80
pelas juras do sagrado
nos secretos sacramentos
juro que o meu amor o-culto
se esconde no silêncio
o seu eterno juramento
não me fala das pedras
do vale da fala
desconfio que o meu amor o-culto
esconde a sua verdade
com medo da dor que sangra
na ferida da saudade
poética 43
Poética 43
A menina vestida de outubro
se espantou com a minha idade
os homens velhos da usa cidade
dormem cedo com medo de poesia
nunca viram os Girassóis de Van Gog
nunca ouviram Luís Melodia
nem sabem que Todo Dia É Dia D
e Poesia É Todo Dia
poética 40
Poética 40
Este poema te segue te vigia
te espreita
cada palavra letra sílaba
fonema metáfora
percorrem a pele do teu corpo
como fossem minhas mãos
boca dedos língua unhas
e te entregas ao poema
em santíssima comunhão
porque estás dentro dele
e não tem como dizer não
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