Amor, então
também acaba¿
não que eu saiba.
o que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
ou em rima.
Paulo
Leminski
Balbúrdia
Poética III – Poesia a + de 80 Torquato Leminski
Dia 24 – Abril – 19
Bar do Ernesto – Lapa Rio de Janeiro
timaço confirmado para intervenções:
Alexandre Guarnieri Aroldo Pereira + Carmem Moreno + Delayne Brasil + Fil Buc + Sady Bianchin + Marcella Gianini + Tanussi Cardoso + Fábio Pessanha + Tanussi Cardoso + Fernando Andrade + Eurídice Hespanhol + Jorge Piri + Jorge Ventura + Ronaldo Werneck + Telma da Costa + Sérgio Arruda + Wanda Monteiro + Karla Julia + Margarete Bravo
Produção e Direção: Artur Gomes, Tchello d ´Barros e Luis
Turiba
e pode ser dolorido
não tem mapa nem aviso
o mundo ataca de frente
e por mais que você enfrente
te pega desprevenido
A vida é um rabisco
e do muito que nos dói
por vezes não faz sentido
aquele beijo não dado
um verbo que jaz calado
o amor que não foi vivido
Tchello
d'Barros
Há mais de uma década, fiz uma série de retratos
desenhados de escritores e personalidades cujas leituras me afetavam a
pituitária. Comecei c/ Saramago , passando por Clarice e lembro que concluí c/
Lêdo Ivo. Os desenhos eram depois escaneados e vetorizados, resultando nesse
efeito que se vê aí nessas imagens de Leminski e Torquato. Fiz uma exposição no
CEPA de Maceió, com cada imagem plotada em 100 X 100 cm. Dois deles, invadem
agora a BALBÚRDIA III !!! 💣
Fulinaimicamente
para Isabela
Veras
do som dessa palavra
nasce uma outra palavra
fulinaimicamente
no improviso do repente
do som dessa palavra
nasce uma outra palavra
fulinaimicamente
o coração ainda pulsa
enquanto há tempo
enquanto é tempo
enquanto posso
o coração ainda pulsa
no café no jantar e no almoço
o coração ainda bombeia
sangue na veia
poema em carne osso
navego por caravelas
não por acaso
no improviso de repente
em novecentos e noventa e dois
conheci uma menina
trinta e dois anos depois
uma mulher potente
seu coLATERAL
é um presente pra pensar nosso futuro
lamparina incandescente
pra clarear o Templo escuro
Artur Fulinaíma
leia mais no blog
https://fulinaimagens.blogspot.com/
*
Língua à brasileira
Ó órgão vernacular alongado
Hábil áspero ponteado
Móvel Nobel ágil tátil
Amálgama lusa malvada
Degusta deglute deflora
Mas qual flora antropofágica
Salva a pátria mal amada
Língua-de-trapo Língua solta
Língua ferina Língua douta
Língua cheia de saliva
Savará Língua-de-fogo e fósforo
Viva & declinativa
Língua fônica apócrifa
Lusófona & arcaica
Crioula iorubaica.
Língua-de-sogra Língua provecta
Língua morta & ressurecta
Língua tonal viperina
Palmo de neolatina
Poema em linha reta
Lusíadas no fim do túnel
Caetano não fica mudo
Nem “Seo” Manoel lá da esquina
Por ti Guesa Errante, afro-gueixa
O mar se abre o sol se deita
Por Mários de Sagarana
Por magos de Saramago
Viva os lábios!
Viva os livros!
Dos Rosas Campos & Netos
Os léxicos Andrades, os êxtases
Toda a síntese da sintaxe
Dos erros milionários
Desses malandros otários
Descartáveis, de gorjetas.
Língua afiada a Machado
Afinal, cabeça afeita
Desafinada índia-preta
Por cruzas mil linguageiras
A coisa mais Língua que existe
É o beijo da impureza
Desta Língua que adeja
Toda a brisa brasileira
Por mim
Tupi,
Por tu Guesa
Luis Turiba
SOL DE
CARNAVAL
Luis Turiba
a chama flama
quase brasa
não mais possível
queimar a mufa
sem cair na farra
nada afaga
nem a chuva
dar um tchibuns
em blocos cordões
charangas bandas
fanfarras
multidões travessas
cruzas urbanas
homens em seus leques
pileques, mo-lekes
salamaleques
piratas pirados
meninas arrastam
suas meias arrastadas
seus biquinis de brilhos
fora dos trilhos
ressaltam nádegas
arredondadas em
bundas empinadas
no meio do redemunho
manobras danças coletivas
extraordinários desacatos
pulsações carnais
na roda, um senhor
de setenta ou mais
ah!
sou um periférico
de estrutura férrea
perdido entre pingos
suores e água fresca
na nuca abrupta suada
o calor derrete a moringa
líquido ferve em frevos
o suor do sol da sede
não bebo cervejas
as juntas se juntam
e juntas, venceremos!
embalar as crias
em voos que zarpam
raspando o lado
precipício da corcunda
do Corcovado ao Pão
de Açúcar
d’onde ouvimos o coro
doce-inocente do samba
modernista do Oswald
na voz tropicalista de
Caetano
“no Pão de Açúcar
de cada dia
dai-nos Senhor
a poesia de cada dia
...no Pão de Açúcar.....
Glória,
16.02.024
Luis
Turiba
Liquidez
“ Tenho algo a dizer que digo a mim próprio.” (Federico
García Lorca)
O sal da boca adoça a partida desesperada
Nada dobra a esquina ou consegue vergar a montanha inexpressiva
Os automóveis velejam como náufragos na morte do relâmpago.
O céu olha para cima
a terra fecha-se em
musgos incomunicáveis
Os moinhos viraram
torres imensas
favorecendo trilhões de comunicações liquefeitas
O que se lê, esvai-se, flagela-se
A hora torna-se inútil
O gato aperfeiçoa o pulo
e o homem cai de si mesmo
O medo corrói a pele e a expressão da dor
a velocidade transcende ao holocausto das coisas simples
A vida derrama-se, espalma-se no espanto do nada.
Eu me declaro aos silêncios impotentes.
Eurídice
Hespanhol
CÓDIGO
A palavra é armadilha.
A palavra é cilada.
A palavra é trilha.
A palavra é água.
Cuidado!
Ao dizer amor diga amor.
Ao dizer medo diga medo.
Ao dizer horror diga horror.
Não a dilua em ardis.
Deixe-a livre
sem corretor corrente
e adjetivo.
Deixe-a substantivo.
Cuidado!
A palavra é dura.
A palavra é crua.
A palavra é casta.
A palavra é seca.
A palavra é nua.
A palavra se basta.
Tanussi Cardoso
Literato cantabile
agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início;
agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.
você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:
só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim do fim de tudo
e o tem do tempo vindo;
não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros
tempos.
está vetado qualquer movimento
Poeta da contracultura brasileira,
Torquato Neto foi parceiro de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo e Jard’s Macalé em épicas canções do
Tropicalismo. Nos jornais, nas músicas, nos poemas, fluía dele, espontâneo, um
ritmo mágico de palavras. Morto em 1972, foi alvo das chamadas “patrulhas de
esquerda”, que policiavam ideologicamente o meio cultural. Não à toa, seu poema
"Literato Cantabile" desafinava – e ainda desafina – com os dois
lados da mediocridade.
Luis Turiba
TANKA para Torquato
lua escarlate –
não ter medo do inferno
é um dever do poeta.
tremeluz o vaga-lume,
anjo torto navilouco.
*
Ruisu Ukezara ルイス受け皿 (1962/2017) psicografado por Ziul Serip.
A POESIA FICARÁ
mesmo
que para sempre eu passe
haverá
haverá casais
aos
beijos às margens do sena
pescadores
esparsos beira
pomba
e ao largo do tejo
esse
o fonema o dilema
passo
a passo descompassado
eu
passo para sempre eu passo
e
passamos rumo ao esquecimento
que
importa o poema febre fugaz
–
peça passe compasso de passagem –
se
o pôr do sol sempre brilhará
magnífico
no palco de ipanema
pôr
do sol que se esvai no céu e some
e
apaga no quadro as minas-montanhas
e
só sobra o poema feito poesia
homero ronsard shakespeare whitman
pessoa poe rimbaud baudelaire eliot
resta
a poesia drummond cabral camões
a
poesia ficará
anos
muitos anos passados
e
esse beijo à beira-sena
à
beira-pomba beira-tejo
mãos
mãos se enlaçando
namorados
à beira rio
séculos
séculos depois
sobrarão
avencas acácias
e
o forte aroma das magnólias
Ronaldo Werneck
Cataguases, maio 2020
Publicado na
Coletânea
“Conexões Atlânticas”,
Lisboa, outubro de
2020
ENSAIO
SOBRE AS MANHÃS
A porta do fim dá num beco inusitado,
repleto de recomeços.
Ninguém descobre o frescor do chão
desabitado,
enquanto o medo jura seus infernos!
Mas se a vida chama e o sujeito mete a cara,
não há terror que o aterre em jardim morto.
Movem-se as horas de infinito e novidades,
que não cabem nas compotas das certezas.
O vento descabela de improviso as folhas,
forrando de beleza o caminhar
(e há dor na rebentação dos ramos).
Os dias são bichos indomados,
sem nome e classificação:
ninguém se socorre do sofrer por adivinhação,
nem pondo tranca nos abraços.
A vida entra em qualquer gruta
e cata o ente debaixo de pedra,
quando cisma de ensinar pelo padecer.
Também o sol invade o olho agoniado,
devolve o infeliz ao sonho,
e transforma em liquidez seu sangue
coagulado.
O certo é que nunca se sabe o que a manhã
assina:
e a sorte é o não saber!
Carmen Moreno
Livro “Sobre o Amor e Outras Traições”, Editora Patuá.
oculta em desencanto
inaudível em meu ouvido
não há cor por tanto pranto
não há grito sem ruído
vejo a espinhosa folhagem
contorcer-se em rebeldia
no concreto mais selvagem
a mais bruta poesia
e o mau cheiro defluindo
o aroma da liberdade
é sujo e escuro o que sinto
eiva a flor por entre grades
(Jorge Ventura)
OROBORUS
Ao meio dia um
galo branco cantou
em minha janela
nesse instante fiquei a pensar na palavra deus e
se ao meu modo creio o mundo é feito de palavras
esse deus pertence a quem o escreve e a quem lhe
inventa o momento primeiro
e lhe dá forma e lhe diz do derradeiro
esse canto ao meio dia desse dia
em que eu assim como o galo
desaprendi a língua dos relógios
me fez lembrar de que eu esqueci o nome dos dias
e dos meses e me fez querer desinventar este ano que termina na palavra vinte
e me fez pensar na palavra deus
e no desejo de caminhar no rastro do começo
lá onde tudo era nu e sem nome
no chão do princípio onde irrompe a luz
na dobra do que não era tempo
na quebra do silêncio
acordei hoje ao canto desse galo branco
ao meio desse dia de palavra calendária
inventada e escrita pelo humano
e fiquei a pensar que tudo que sabemos é o tudo
que lembramos ou é o tudo que lembraram por nós
assim sabemos quando lembramos do salmo escrito
por um ancião que nem nasceu ou lembramos de um continente que já foi mar ou
lembramos da corredeira de um rio que já secou ou lembramos de uma língua que
já morreu
um galo branco em minha janela cantou
me acordou e me fez pensar na palavra deus
e na palavra tempo
esse tempo-deus uma palavra
escrita em linhas de sombras
esse deus erguido e fechado em oroborus palavra
que vinga – retorna e nos aprisiona no tempo do sem fim
dessa aldeia circunscrita ao verbo
Wanda Monteiro
almodóvar
um filme do almodóvar
pra te
dizer
tá
tudo bem,
mas
é mentira
Fábio Pessanha
Obs.: Poema “almodóvar” presente no livro “na escuta o gatilho”, publicado por Rizoma Projetos Editoriais, em 2023.
leia mais do Fábio Pessanha você pode através
do seu perfil no Instagram
https://www.instagram.com/fabiospessanha?igsh=eXVyam5pb3lmeHdy
e no seu site palavra : alucinógeno - https://viciovelho.com/palavra-alucinogeno/
"Pessoas como Nós"
Todas as pessoas sabem,
Todas as pessoas dizem,
Ou começamos a ir
Ou teremos que esperar
Enquanto as pessoas tentam
Nosso sol nunca se atrasa,
E dia após dia, noite após noite,
Pessoas como nós
Escolhem a melhor maneira
Para que você possa descansar na vida.
Pare o intervalo,
O tempo acabou,
E todas as pessoas permanecem
Como sombras no espelho do verão
Igor Calazans
Igor Calazans - Poeta, Jornalista e Produtor Cultural. Nascido em Niterói-RJ, é autor de 5 livros, além de participações destacadas em importantes antologias nacionais. Atualmente é editor do site RecantodoPoeta.com , coordenador do Movimento LaB Poético e curador do Sarau Epoché.
olha a metáfora clara
as vezes mesmo quando digo
não consigo dizer tudo
quase sempre viro gema mudo
baby me diz
que vai ser feliz
quando eu disser tudo
o que tenho para dizer
do outro lado da luz
embora já tenha dito
uma porção de coisas raras
baby ainda me declara
que quer mais
antes da quinta feira
na hora do por do sol
minha musa
tem um jeito
de fernanda takai
do pato fu
não lhe disse que sou poeta
mas ela encontrou meu nome
encravado na carne do azulejo azul
enquanto me embriagava
ouvindo gal cantando um blues
mamãe mamãe não chora
a vida é assim mesmo eu fui embora
Artur
Gomes
www.fulinaimagens.blogspot.com
DOR ELEGANTE
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
Paulo
Leminski
Verdade Provisória
Jards Macalé e
Paulo José cantame e recitam Torquato Neto
https://www.facebook.com/verdadeprovisoria/videos/1459968647638248
PESSOAL INTRANSFERÍVEL
escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. é o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. nada no bolso e nas mãos. sabendo: perigoso, divino, maravilhoso. poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. difícil é não correr com os versos debaixo do braço. difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. e sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, "herdeiro" da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus. e fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. citação: leve um homem e um boi ao matadouro. o que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. adeusão.
Torquato Neto
Navilouca, revista cultural
publicada em 1974, elaborada pelos poetas Torquato Neto e Waly Salomão,
influenciada pelo movimento concretista e pelo Tropicalismo. Torquato não
chegou a ver seu projeto se concretizar, pois morreu dois anos antes
Mamãe, coragem
Caetano Veloso/Torquato Neto
gravada por Gal Costa no disco
Tropicália -
Panis Et Circence - 1968
Mamãe, mamãe não chore
A vida é assim mesmo, eu fui embora
Mamãe, mamãe não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe não chore
A vida é assim mesmo, eu quero mesmo
é isto aqui
Mamãe, mamãe não chore
Pegue uns panos pra lavar, leia um
romance
Veja as contas do mercado, pague as
prestações
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
os corações dos filhos
Seja feliz, seja feliz
Mamãe, mamãe não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta
Eu tenho um jeito de quem não se
espanta
Braço de ouro vale dez milhões
Eu tenho corações fora do peito
Mamãe, mamãe não chore, não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar, leia um
romance
Leia Elzira, A Morta, A Virgem, O
Grande Industrial
Eu por aqui, vou indo muito bem
De vez em quando brinco carnaval
E vou vivendo assim
Felicidade na cidade que eu plantei
pra mim
E que não tem mais fim, não tem mais
fim
Não tem mais fim
CÂNTICO PARA ENLOUQUECER CRISTO
Acha, lenha, poética, para queimar.
Acha, diz a mulher da tribo, é um pedaço de madeira que se recolhe ou não para usar no fogo. Poeticamente se diz no feminino, e bem mais bonito. Agora, os homens civilizados padecem desta palavra-só verbo no masculino, inclusive para disfarçar as invasões às tribos indígenas. Acho. Disfarçado de certeza. É a relatividade das tensões entre o sagrado e o profano, pois temos rituais pagãos aqui dentro e o civilizado dos povos das cidades, dos governos, este de agora. Acho no masculino e toda sua vertente violenta: eu acho você. Eu tiro madeira, corto exageradamente para carvão, serrarias. Macho, esta vertente do existir na dúvida? Mentira. Eles são os povos da convicção. Da maldade. O ovo da serpente. As palavras parecem saber de seus desígnios. Machocar - uma derivação do macho. Invadir, perpetrar, violentar. A espécie perpetrada ao invés de perpetuada. Enquanto aqui, as mulheres acham lumes através de lenhas-prenhas. Muitas mulheres fagulham palavras por aqui através da alquimia da palavra bacante, enquanto os homens usam seus bacamartes para contar tiros ao pé da letra, comendo nossas versões sobre os fatos, destruindo os versos das rendeiras das palavras que fazem cortinas para lume descortinar o véu das coisas. Achar um fogo à beira do rio? Parto das cantigas para boi dormir ou melhor desmaio prenhe da certeza.
Fernando Andrade
*
conheça um pouco mais o trio produtor da Balbúrdia Poética 3 -
Artur Gomes
É poeta. ator. produtor cultural e vídeo maker. Em 2023, criou o projeto Campos Veracidade para a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima onde atualmente atua na coordenação cultural em Campos dos Goytacazes-RJ.
Livros Publicados: Um Instante No Meu Cérebro(1973), Mutações Em Pré-Juízo(1975), Além Da Mesa Posta(1977), Jesus Cristo Cortador de Cana(1979), Boi-Pintadinho(1980-1981), Suor & Cio(1985), Couro Cru & Carne Viva(1987), 20 Poemas Com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção Com Sabor De Campos(1990), Conkretude Versus ConkrEreções(1994), BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas(2000), SagaraNAens Fulinaímicas(2015), Juras Secretas(2018), Pátria A(r)mada(2019), O Poeta Enquanto Coisa(2020), Pátria A( r)mada, 2ª Edição revista e ampliada(2022), O Homem Com A Flor Na Boca(202).
De 1975 a 2002 coordenou a Oficina de Artes
Cênicas da ETFC – CEFET-Campos – no IFF Instituto Federal Fluminense. Em 1993,
criou o projeto Mostra Visual de Poesia Brasileira, Mário de Andrade – 100
Anos, realizado pelo SESC-SP. Em 1995, criou o projeto Retalhos Imortais do
SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim – realizado pelo SESC-SP. De 1996
a 2016, coordenou o Departamento de Audiovisual do Proyecto Sur Brasil – Bento
Gonçalves-RS – realizando Mostras Cine.Vídeo na programação do Congressso
Brasileiro de Poesia. Em 1999, criou o
FestCampos de Poesia Falada, projeto que é realizado até hoje pela Fundação
Cultural Jornalista Oswaldo Lima. De 2014 a 2016, dirigiu Curso de Artes
Cênicas no SESC – Campos. Em 2018 e 2019, o autor lecionou no Curso Livre de
Tetro da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Em 2018, participou como
convidado do I Festival Transepoéticas no Museu Naacional de Brasília-DF. Em
2021, Curador do 1º Festival Cine Vídeo de Poesia Falada que é realizado na
página Studio Fulinaíma Produção Audiovisual no Facebook*.
Em 2019 criou o projeto Balbúrdia Poética, com duas edições realizadas na Taberna de Laura, em Copacabana – Rio de Janeiro, com a participação de diversos poetas convidados.
Em 2022, integrou a Mostra Bossa Criativa, Arte de Toda Gente, realizada pela FUNARTE-Rio. Foi também curador da Mostra Cine e Vídeo de Poesia Falada realizada pelo SESC Piracicaba. Realizou 7 edições do projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, na Santa Paciência Casa Criativa em Campos dos Goytacazes-RJ. Em 2023 realizou 8 edições do Sarau Multilinguagens no Museu Histórico de Campos, no Teatro de Bolso, no Jardim do Liceu e no Palácio da Cultura em Campos dos Goytacazes-RJ. No momento em parceria com Tchello d`Barros e Luis Turiba prepara a Balbúrdia Poética 3 – Torquato Leminski a + de 80 a ser realizada no dia 24 de Abril no Bar do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro.
*
TCHELLO
D’BARROS© | BIO RESUMIDA
Tchello d’Barros atua
há três décadas nas linguagens artísticas da Literatura, Artes Visuais, Teatro
e Audiovisual, no Brasil e Exterior. Nascido em Brunópolis (SC) em 1967, morou
em 15 cidades, realizou atividades culturais em todos os Estados do Brasil, deambulou
por 20 países, produzindo o conjunto de sua obra a partir de Blumenau, Maceió,
Belém e Rio de Janeiro, onde está radicado desde 2013. Atua profissionalmente
com produção cultural, roteiros p/ audiovisual e curadorias/editorias
independentes, ministrando também palestras e oficinas literárias em eventos e
instituições culturais. Passou por diversas universidades estudando Literatura,
Artes Visuais, Teatro e Cinema, graduando-se em Comunicação Social na UFRJ,
onde atualmente cursa Mestrado. Publicou os livros: “Palavrório” (1996), “Olho
Nu” (1996), “Letramorfose” (1998), “Olho Zen” (2000), “Afloramor” (2003),
“Cordelaria Tchellópolis” (2008), “Convergências” (2015), “Interlocutórios”
(2016), “Cataclísmica (2018/2024) e “Estesias Crônicas” (2024), disponíveis tb
nas plataformas digitais. Seus contos, crônicas, artigos, ensaios e poemas
também estão publicados em mais de 100 coletâneas, antologias e livros
didáticos, além de veicular seus escritos regularmente em diversos meios
impressos e virtuais. Tem itinerado com a mostra Convergências, uma
retrospectiva de suas criações em Poesia Visual, projeto que inclui palestra,
oficina, livro, vídeo, curadorias e debates. Fundou na internet o The Virtual
Museum of Visual Poetry, maior comunidade mundial em torno da Poesia Visual.
Autografou seus livros em edições das Bienais do Livro de São Paulo e Rio,
participando das principais feiras do livro do Brasil; Suas obras visuais já
integraram mais de 200 exposições pelo Brasil e em diversos países, como no
Centre d’Art Contemporain (Suíça), no Museo Sperimentale d’Arte Contemporanea
(Itália) ou no anuário de artes Maintenant (EUA). Suas criações visuais,
textuais e cinemáticas já foram expostas/publicadas/exibidas em Argentina,
Chile, Colômbia, Venezuela, México, USA, Portugal, Espanha, França, Itália,
Alemanha, Inglaterra, Suíça, Hungria, República Tcheca, Índia, Turquia, Dubai e
Uruguai. Integrou o Colegiado Setorial de Artes Visuais (2004-2010
Minc/Funarte) na formulação do Plano Nacional de Cultura – PNC. Participou em
variadas funções em mais de 50 produções em Cinema/Audiovisual. Realizou
diversas curadorias em instituições como Museu da República, CCBB-Rio, Funarte
e eventos nacionais como o Fórum Brasileiro de Literatura (SC), Congresso
Brasileiro de Poesia (RS), Encuentro Internacional de Escritura Migrante
I-Poem@ (MG) e outros em vários países latino-americanos. O conjunto de sua
obra vem amealhando dezenas de resenhas críticas, além de estudada
academicamente, seja com citação em artigos ou objeto de pesquisa, como na
dissertação “Three Visual Poems”, por M. Duerksen (Stetson University/EUA) e
tema do pós-doutoramento “Tchello d’Barros Olhos de Lince – Poesia Visual em
Perspectiva”, por R. Barcellos, (UFRJ). A produtora de audiovisual Cinsete
realizou o documentário “Tchello Plural”, sobre seus 30 anos de atividades
artísticas. Entre as distinções, premiações e certificações recebidas,
destacam-se: Troféu Gigantes (SC); Prêmio Espia 2007/2008/2009 (AL); Prêmio
Mérito Literário/ICEN (PA); Outorga Chanceler Cultural - ASBAERJ (RJ); Prêmio
Expoente da Cultura Nacional - Mov. União Cultural (SP); Troféu Polem Poeta do
Ano (RJ); Homenageado no projeto CiênciaCult (RJ); Medalha e diploma de honra
ao mérito Brazilian Peace, Literature, Sustaintability and Arts - Associação
Internacional de Poetas (MS); Artista homenagrado no Sarau Fio Multicultural;
Ordem do Mérito Cultural Personalidade Cultural das Letras e Artes – ACLAPTCTC
(ES); Medalha de Personalidade Cultural pela ABLAP; Outorga Personalidades em
Destaque – ANBA (RJ); Autor nacional homenageado no 36º Psiu Poético (MG);
Poeta homenageado no projeto Gente de Palavra (SP); Homenagem da AIP/SC;
Homenagem Amigos da Cultura/Sec. Cult. de Blumenau (SC); Moção de Aplauso do
Instituto Florescer e Câmara Municipal de Niterói; Troféu Arte em Movimento,
entre outros.
(photo by Vanessa Angelo)
*
Luis
Turiba vem do fermento poético-cultural que formou no Brasil a
partir de 1968.
A barra pesou e nossa geração respondeu com pedras, tiros,
poemas ao som de canções tropicalistas e filmes de Glauber Rocha.
Luis
Turiba vem dessa juventude que foi as ruas e inventou um novo tipo
de fazer Poesia.
Até que fundou a revista Bric a Brac em Brasília junto com Antonio Risério, João Borges, Lucia Leão,
Resa e Augusto de Campos. Na virada do século voltou a ocupar seu lugar
entre os poetas de sua geração no Rio, publicando tres livros pelo 7 Letras.
Agora, escreve ha mais de ano o livro autobiográfico “Viva Zé Pereira - Aventuras e
Desventuras de uma geração, planejado para sair em 2025.
Luis
Turiba trabalhou com Gilberto
Gil por 4 anos na re-fundação do Ministério da Cultura cujo programa
principal foram os “Pontos de Cultura”
implantados no Brasil por intermédio da política fo Don In Antropológico.