Oficina de Poesia
Falada
escrita criativa criação e interpretação
neste sábado 14 às 16h
no Palácio da Cultura – Campos dos Goytacazes-RJ –
com Artur Gomes
durante
a semana no grupo da Oficina no zap
Realização: Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima -
Prefeitura de Campos
Bolero
Blue
beber
desse conhac em minha boca
para
matar a febre nas entranhas
entre
dentes - indecente é a forma
que
te como bebo ou calo
e
se não falo quando quero
na
balada ou no bolero
não
é por falta de desejo
é
que a fome desse beijo
furta
qualquer palavra presa
como
caça indefesa
dentro
da carne que não sai
leia mais no blog
O Homem Com A Flor Na
Boca
O
poeta é um fingidor
chove aqui dentro
mais do que lá fora
eu tenho pressa
de olhar teus olhos
nesse mar de angra
o pau brasil ainda sangra
enquanto isso
ela passeia no egito
entre templos sagrados
dessas múmias quânticas
me perdoa
o poeta é um fingidor
mas eu não sou Fernando Pessoa
Artur Gomes
por onde andará Macunaíma?
leia mais no blog
para Sofia Brito
Bebo teus olhos atlânticos
e tua voz portuguesa
como quem bebe no Tejo
saudades de Lisboa
caminho com os teus passos
em direção ao poema do desassossego
Florbela Espanca Alberto Caieiro Fernando Pessoa
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
https://www.facebook.com/ohomemcomaflornaboca
“Eros
e Psique”
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
Do além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino –
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão , e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa
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