sábado, 3 de maio de 2025

Congresso Brasileiro De Poesia

A poesia pulsa

Poema escrito em 2015 para  Tanussi Cardoso ano em que ele foi o poeta homenageado na XXIII edição do Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS

 

aqui

a poesia pulsa

na veia

no vinho

no peito

no pulso

na pele

nos nervos

nos músculos

nos ossos

posso falar o que sinto

posso sentir o que posso

aqui

a poesia pulsa

nas coisas

nos códigos

nos signos

os significantes

os significados

aqui

a poesia pulsa

na pele da minha blusa

na íris dos olhos da minha musa

toda vez que ela me usa

nas iguarias de Bento

quando trampo mais não troco

quando troco mas não trapo

nas pipas

nos vinhedos nos arcos

nas madrugadas dos bares

sampleando bolero in blues

rasgado num guardanapo

o poema pra Juliana

escrito na cama do quarto

no copo de vinho

na boca de Vênus

na bola da vez da sinuca

sangrada pelo meu taco

aqui

a poesia pulsa

nos cabelos brancos da barba

nas gargalhadas de Bacca

na divina língua de Baco

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Litteralux - 2020

v(l)er  mais no blog Congresso Brasileiro de Poesia 

https://fulinaimicamente.blogspot.com/


e na página do face

https://www.facebook.com/congressobrasileiropoesia/ 

Artur Gomes

 

Nunca escondi de ninguém que o “chapéu” do Congresso Brasileiro de Poesia  é muito grande para caber apenas em uma cabeça. Ao longo das suas 24 edições, foram muitas as cabeças que me ajudaram a fazer dele um dos maiores eventos de poesia da América Latina. Artur Gomes não participou das edições iniciais, acontecidas em Nova Prata, mas foram raras as vezes  em que ele não esteve ao meu lado a partir da transferência do evento para Bento Gonçalves. Professor, poeta, ator, produtor cultural com inúmeros serviços prestados à cultura brasileira a partir da sua base, a cidade de Campos, interior do Rio de Janeiro, tem 14 livros de poesia publicados e participações em dezenas de antologias, no Brasil e no exterior. Ao lado de Hugo Pontes e Tchello d’e Barros, foi articulador da Mostra Internacional de Poesia Visual, realizada paralelamente ao Congresso Brasileiro de Poesia. Tenho grande admiração pelo seu trabalho e pela pessoa que é. Ajudou-me a abrir  portas importantes que muito contribuíram para o sucesso do nosso evento. É uma das mais fortes vozes da poesia marginal no Brasil.

 

Ademir Antônio Bacca

In Janelas da Memória (2020)

 

Fulinaíma Sax Blues Poesia
Artur Gomes, Dalton /Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e Reubes Pess
lançado em 2002

ARTUR GOMES DE NOVO
por Ademir Bacca

Já deixei escrito em algum canto deste meu blog a admiração que tenho pelo poeta ARTUR GOMES, sem dúvidas hoje o grande nome da poesia alternativa brasileira. O Cd dele “Fulinaíma Sax, Blues & Poesia”, já gastou de tanto que rodou aqui em casa. Há muitos anos venho ouvindo belíssimos poemas ditos por ele, seja no Congresso Brasileiro de Poesia, no bar da esquina do SESC ou mesmo aqui em casa, nas vezes em que ele está em Bento Gonçalves e nos damos o prazer de conversar inúmeras garrafas de vinho e uma picanha no disco.

Gosto de muitos, mas este poema é, sem dúvidas, o meu preferido:

Alucinações Interpo(É)ticas


o que é que mora em tua boca Bia?
um deus um anjo ou muitos dentes claros
como os olhos do diabo
e um a estrela como guia?
o que é que arde em tua boca Bia?
azeite sal pimenta e alho
réstias de cebola
um cheiro azedo de cozinha
tua boca é como a minha?
o que é que pulsa em tua boca Bia?
mar de eternas ondas
que covardes não navegam
rios de águas sujas
onde os peixes se apagam
ou um fogo cada vez mais Dante
como este em minha boca
de poeta delirante
nesta noite cada vez mais dia
em que acendo os meus infernos
em tua boca Bia?

© ARTUR GOMES

 Obs.: O CD Fulinaíma Sax Blues Poesia, foi lanaçado no Congresso Brasileiro de Poesia, em sua décima edição, outubro de 2022

Congresso Brasileiro De Poesia

Depoimento de Tanussi Cardoso

 

Para mim, foi o grande evento cultural, literário e poético que aconteceu nas últimas décadas no Brasil. Um encontro mágico entre várias linguagens e de união  entre poetas de diversos países.

Foi a partir do Congresso de Bento Gonçalves-RS que minha carreira internacional começou,  quando conheci a poeta mexicana Angelica Santa Olaya e o poeta chileno Leo Lobos.

 Com eles, e com minha poesia, fui ao México duas vezes, convidado pela maior Universidade da América Latina,  a UNAM, onde lancei o "Exercício do Olhar"; que fui convidado para vários festivais e feiras culturais no Peru, no Chile, na Argentina etc.

Como consequência, os convites de editoras para traduzir meus livros,  lançar livros novos e para traduzir outros poetas de língua espanhola. Devo isso, principalmente, ao Ademir Bacca, ao Artur Gomes, a Telma Costa, a Juddu Saldanha, entre outros.

Semana passada, foi publicado meu mais recente livro, "O TEMPO SOBRE OS  TELHADOS", pela Abra Canarias, na Islas Canarias, Espanha. Com certeza, a origem dele nasceu em Bento, Gonlaves-RS no Congresso Brasileiro de Poesia,  criado e coordenado  pelo Ademir Antônio Bacca. Assim, toda a minha gratidão a esse evento,  inigualável, pela sua diversidade e qualidade. Torcendo pelo seu retorno a nossa vida cultural o mais breve possível.


com os dentes cravados na memória

O primeiro Congresso em Bento a gente nunca esquece. Na foto (1997), estão - entre outras pessoas - os poetas visuais Clemente Padin (Uruguay), Cesar Pereira (Brasil), Hugo Pontes (Brasil), Julien Blaine (França) e Tchello d'Barros (Brasil)(de preto). Após o sarau que fizemos no trem Maria Fumaça, declamando poemas aos cerca de 400 turistas que lotavam os vagões! Tertúlia inesquecível!

 

Tchello d'Barros

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      A CEREJEIRA DOS POETAS

 

Iara Schmegel me pediu dia desses que eu postasse uma foto atual da cerejeira plantada pelos poetas que participaram do XXIV Congresso Brasileiro de Poesia, em 2016. Aí está ela, na praça ao lado do Sopping Bento Gonçalves.

Ademir Bacca

 

De 1996 a 2016 o Congresso Brasileiro de Poesia foi para mim, um laboratório de criação poética de múltiplas linguagens, lá realizei performances, dirigi oficinas, fiz curadorias de mostras de poesia visual e cine.vídeo.poesia, coordenei saraus e lancei o livro SagaraNAgens Fulinaímicas em 2015 prefaciado por Tanussi Cardoso . Com a convivência com alguns imigrantes italianos que conheci em Bento Gonçalves, me despertou o desejo de   ler e pesquisar sobre mitologia grega,  e a partir dessas leituras escrevi o livro Juras Secretas lançado em 2018.

Conheci uma infinidade de poetas, brasileiros e latino americanos, com os quais mantenho contado até os dias atuais.

 

Artur Gomes

V(l)er mia no blog

https://fulinaimagens.blogspot.com/


Lembranças do Congresso Brasileiro de Poesia

Bento Gonçalves-RS - 2015

Jura secreta 16

para may pasquetti

fosse esta menina Monalisa

ou se não fosse apenas brisa

diante da menina dos meus olhos

com esse mar azul nos olhos teus

não sei se MichelÂngelo

Da Vinci Dalí ou Portinari

te anteviram

no instante maior da criação

pintura de um arquiteto grego

quem sabe até filha de Zeus

e eu Narciso amante dos espelhos

procuro um espelho em minha face

para ver se os teus olhos

já estão dentro dos meus

 

Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018

https://secretasjuras.blogspot.com/


Este poema foi escrito em 2006. Quando cheguei a Bento Gonçalves, para dirigir uma Oficina de Poesia Falada no CEFET-Bento, encontrei a May Pasquetty na porta do Hotel VinoCap me esperando. Ela já havia me visto falando poesia pelas Escolas da cidade. Me passou mensagens por e-mail dizendo-me que um de seus sonhos era falar poesia no palco junto comigo. E em 2006 subimos no palco juntos, numa homenagem que fizemos para o Centenário do poeta Mário Quintana. Depois foram mais 10 anos de parcerias nas performances e recitais no Congresso Brasileiro de Poesia.

Em 2007/2008 foi minha parceira na performance O Amor Em Estado de Vinho e Uva que fizemos durante a programação da FENAVINHO. Neste ano foi a primeira vez que interpretei poemas do poeta e padre Oscar Bertoldo, assassinado barbaramente na região serrana do Rio Grande do Sul. 

PoÉtica 42

 

poema do livro O Poeta Enquanto Coisa, que será lançado este ano pela Editora Penalux. Escrito em Bento Gonçalves -RS em setembro de 2016 durante a programação do XXIV Congresso Brasileiro de Poesia, depois de uma noite anterior, muito bem vivida, regada a filosofias de uvas e vinhos e a visita que fizemos ao Ateliê do lapidador de pedras, Mauri Menegotto. Aprendi com Oscar Bertholdo, que somos anjos sagrados, quase padres, ao falar em poesia, do amor carnal que existe entre a uva e o vinho que nasce da sua carne.


Poética 42

 

Era uma menina vestida de outubro

atravessando a rua

com um girassol no seu vestido

suas mãos beijavam o vento

como fossem lábios

de um beija-flor

meus olhos mergulhados

na paisagem

entre os olhos da menina

e o espelho do retrovisor

foto.grafei naquela tarde

a cor do seu vestido

e o girassol daquele dia

para me habitarem

seja lá por onde eu for

 

Artur Gomes

V(l)er Mais no blog

O Poeta Enquanto Coisa

https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/

Com os Dentes Cravados Na Memória

Ronaldo Werneck - Poeta homenageado no XXII

Congresso Brasileiro de Poesia - outubro – 2014

 

vegetais

face a face

a alegria

da verde alface

rotundos

brilhantes

pesquiso

a poesia

do pálido palmito

sobre a mesa

descubro

a selvagem

tristeza

do tomate rubro

 

Ronaldo Werneck

 

“Creio que talvez possamos admitir que exista um movimento artístico intitulado “pós-modernismo” e que sua característica primordial seja a intertextualidade, ou a explicação do diálogo que estabelece com própria arte. Explicação porque não só admite mas mesmo denuncia sua filiação. Nesse sentido, pós-moderno é Ronaldo Werneck, que em 1976 lançou a primeira edição, agora revisitada, de(ste) Selva Selvaggia.” Assim começa Luiz Ruffato a apresentação do poeta-cinético ressaltando seu “barbarismo” fundado no “pensamento concretista”, um oxímoro...

“Sua poesia, que nos suga e seduz, é a da palavra, posta a serviço da própria palavra, recriando outra –sua metamorfose”, completa Lina Tâmega Del Pelaso.

Vem recomendado pelo também mineiro Ronaldo Cagiano... mas Ronaldo é já conhecido de todos, mesmo dos que desconhecem a sua intrigante obra. E antes que me esqueça, ele também é de Cataguases, terra da eterna modernidade...

Antonio Miranda

Abaixo Assinado pelo Retorno do Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS

Pelo exposto abaixo, por tudo isso e por muito mais

Pelas madrugadas no VinoCap as incursões pelo vale dos vinhedos, as viagens pelo caminho de Pedras, a visita ao ateliê do Mauri Menegotto, os Recitais de Poesia nas Escolas, os Saraus no VinoCap e na Fundação Casa das Artes, Poesia na Vidraça, Poesia Uma Hora Dessas, nas ruas, no chafariz que jorra vinho em frente a Prefeitura, as intervenções poéticas em todas as esquinas de Bento. Por tudo isso e muito mais, conclamo um abaixo assinado para o retorno imediato do Congresso Brasileiro de Poesia.

Na sua XXIV Edição o Congresso Brasileiro de Poesia homenageou o poeta Hugo Pontes, e em sua XXV homenagearia os poetas Artur Gomes e Jiddu Saldanha, os motivos pelos quais essa edição deixou de existir em 2017 não nos interessa, o fato é que o Congresso Brasileiro de Poesia precisa voltar a ser realizado para continuar a cumprir o seu papel de difusão da Poesia nas Escolas e em todos os cantos e recantos das cidades que desejem ser reconhecidas como veraCidades.

Federico Baudelaire 


Primeiro de Maio de 1979. Vinícius de Moraes leu, emocionado, o poema “Operário em Construção”, de sua autoria, a pedido do então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Inácio Lula da Silva.

 

“Os seus irmãos que morreram, por outros que viverão, uma esperança sincera cresceu no seu coração…”.

 

Operário em Construção

 

Era ele que erguia casas

Onde antes só havia chão.

Como um pássaro sem asas

Ele subia com as asas

Que lhe brotavam da mão.

Mas tudo desconhecia

De sua grande missão:

Não sabia por exemplo

Que a casa de um homem e' um templo

Um templo sem religião

Como tampouco sabia

Que a casa quer ele fazia

Sendo a sua liberdade

Era a sua escravidão.

De fato como podia

Um operário em construção

Compreender porque um tijolo

Valia mais do que um pão?

Tijolos ele empilhava

Com pá, cimento e esquadria

Quanto ao pão, ele o comia

Mas fosse comer tijolo!

E assim o operário ia

Com suor e com cimento

Erguendo uma casa aqui

Adiante um apartamento

Alem uma igreja, à frente

Um quartel e uma prisão:

Prisão de que sofreria

Não fosse eventualmente

Um operário em construção.

Mas ele desconhecia

Esse fato extraordinário:

Que o operário faz a coisa

E a coisa faz o operário.

De forma que, certo dia

`A mesa, ao cortar o pão

O operário foi tomado

De uma súbita emoção

Ao constatar assombrado

Que tudo naquela mesa

- Garrafa, prato, facão

Era ele quem fazia

Ele, um humilde operário

Um operário em construção.

Olhou em torno: a gamela

Banco, enxerga, caldeirão

Vidro, parede, janela

Casa, cidade, nação!

Tudo, tudo o que existia

Era ele quem os fazia

Ele, um humilde operário

Um operário que sabia

Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento

Não sabereis nunca o quanto

Aquele humilde operário

Soube naquele momento

Naquela casa vazia

Que ele mesmo levantara

Um mundo novo nascia

De que sequer suspeitava.

O operário emocionado

Olhou sua própria mão

Sua rude mão de operário

De operário em construção

E olhando bem para ela

Teve um segundo a impressão

De que não havia no mundo

Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro dessa compreensão

Desse instante solitário

Que, tal sua construção

Cresceu também o operário

Cresceu em alto e profundo

Em largo e no coração

E como tudo que cresce

Ele não cresceu em vão

Pois alem do que sabia

- Exercer a profissão -

O operário adquiriu

Uma nova dimensão:

A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu

Que a todos admirava:

O que o operário dizia

Outro operário escutava.

E foi assim que o operário

Do edifício em construção

Que sempre dizia "sim"

Começam a dizer "não"

E aprendeu a notar coisas

A que não dava atenção:

Notou que sua marmita

Era o prato do patrão

Que sua cerveja preta

Era o uísque do patrão

Que seu macacão de zuarte

Era o terno do patrão

Que o casebre onde morava

Era a mansão do patrão

Que seus dois pés andarilhos

Eram as rodas do patrão

Que a dureza do seu dia

Era a noite do patrão

Que sua imensa fadiga

Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!

E o operário fez-se forte

Na sua resolução

Como era de se esperar

As bocas da delação

Começaram a dizer coisas

Aos ouvidos do patrão

Mas o patrão nao queria

Nenhuma preocupação.

- "Convençam-no" do contrário

Disse ele sobre o operário

E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário

Ao sair da construção

Viu-se súbito cercado

Dos homens da delação

E sofreu por destinado

Sua primeira agressão

Teve seu rosto cuspido

Teve seu braço quebrado

Mas quando foi perguntado

O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário

Sua primeira agressão

Muitas outras seguiram

Muitas outras seguirão

Porem, por imprescindível

Ao edifício em construção

Seu trabalho prosseguia

E todo o seu sofrimento

Misturava-se ao cimento

Da construção que crescia.

Sentindo que a violência

Não dobraria o operário

Um dia tentou o patrão

Dobra-lo de modo contrário

De sorte que o foi levando

Ao alto da construção

E num momento de tempo

Mostrou-lhe toda a região

E apontando-a ao operário

Fez-lhe esta declaração:

- Dar-te-ei todo esse poder

E a sua satisfação

Porque a mim me foi entregue

E dou-o a quem quiser.

Dou-te tempo de lazer

Dou-te tempo de mulher

Portanto, tudo o que ver

Sera' teu se me adorares

E, ainda mais, se abandonares

O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário

Que olhava e refletia

Mas o que via o operário

O patrão nunca veria

O operário via casas

E dentro das estruturas

Via coisas, objetos

Produtos, manufaturas.

Via tudo o que fazia

O lucro do seu patrão

E em cada coisa que via

Misteriosamente havia

A marca de sua mão.

E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão

Não vês o que te dou eu?

- Mentira! - disse o operário

Não podes dar-me o que e' meu.

E um grande silêncio fez-se

Dentro do seu coração

Um silêncio de martírios

Um silêncio de prisão.

Um silêncio povoado

De pedidos de perdão

Um silencio apavorado

Com o medo em solidão

Um silêncio de torturas

E gritos de maldição

Um silêncio de fraturas

A se arratarem no chão

E o operário ouviu a voz

De todos os seus irmãos

Os seus irmãos que morreram

Por outros que viverão

Uma esperança sincera

Cresceu no seu coração

E dentro da tarde mansa

Agigantou-se a razão

De um homem pobre e esquecido

Razão porem que fizera

Em operário construído

O operário em construção

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