sexta-feira, 17 de março de 2023

os silêncios da fala


 Magnífico poema de Maria Teresa Horta que me chega nesta manhã via minha querida amiga e inter/locutora La Bohéme para romper todos os sóis e seus silêncios. e essa imagem instigante me leva também a este poema do meu querido Artur Gomes


a face oculta da maçã
duas partes que se abrem pêssegos
campos de girassóis teus pelos
alvoroçados sob o sol de Amisterdã
enquanto isso em teus mamilos penso
o que ainda não comi desta maçã

Há sons que não se sentem... tantos silêncios que nos falam, e tão poucos os que ouvimos... Em silêncio, as mentes fluem nos "Silêncios de silex...", viajam nos "Silêncios de vento..." e visualizam na imagética dos "gemidos nas camas, As ancas, O sabor..."

OS SILÊNCIOS DA FALA

São tantos
os silêncios da fala

De sede
De saliva
De suor

Silêncios de silex
no corpo do silêncio

Silêncios de vento
de mar
e de torpor

De amor

Depois, há as jarras
com rosas de silêncio

Os gemidos
nas camas

As ancas
O sabor

O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor

Maria Teresa Horta
Photography by Mariah
_________________________
Ahhhhhh, então, olho e torno a olhar e...olho outra vez... e vejo que, não é por acaso que a maçã é um ícone do pecado!... Espetacular. Tudo incluso, poema lindo e de uma malícia intrigante...

 

Rúbia Querubim

https://arturfulinaima.blogspot.com/

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