Balbúrdia PoÉtica 5
A Balbúrdia 1 e 2 foram realizadas na Taberna de Laura - Copacabana – Rio de Janeiro. A Balbúrdia 3 foi realizada no Bistrô do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro – a Balbúrdia 4 será realizada na Patuscada – São Paulo – e a Balbúrdia 5 – onde será?
São João Del Rey-MG, Campos dos Goytacazes-RJ?
Tentem adivinhar.
Artur Gomes
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Com Os Dentes Cravados Na Memória
Mesmo com uma grande dor, provocada por um bico de papagaio que a décadas insiste em cantar na minha coluna, roubando-me as vezes a paciência, passei uma tarde de ontem super divertida no Auditório Miguel Ramalho em cia da equipe de Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design Para Educação - Centro de Referência do IFF Campos Campus Centro.
Motivo do Encontro: um depoimento sobre os mais de 50 anos que Vivi no IFF desde os tempos de aluno no Ginásio Industrial na então ETC (Escola Técnica de Campos), de 1961 a 1964. Passando pelo período de 1968 a 1986 quando já servidor da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), trabalhei como Linotipista na Oficina de Artes Gráficas (Tipografia).
De 1975 a 1985 mesmo subvertendo a ordem natural vigente que direcionava a instituição, criei totalmente à revelia da direção na época, uma Oficina de Teatro, que se manteve subversiva até 1986 (pois era assim que os professores reacionários da época se referiam a atividade.
Nunca fui poeta de bons modos, bons costumes, e como os alunos da Oficina de Teatro, eram também alunos da ETFC, nos "anos de chumbo" onde o Diretor da instituição era escolhido pelo MEC, depois de algum curso na Escola Superior de Guerra, era normal que a minha atividade com Teatro dentro da Escola fosse tratada como Subversão.
Em 1986, acontece as primeiras "Eleições Diretas", nas Escolas Técnicas Federais e nas Universidades Federais, pós Ditadura. Na ETFC se elege Diretor o Professor de Matemática Luciano D´Angelo. Como desde 1980 o trabalho com a Oficina de Teatro havia ultrapassado os muros da cidade e ganhado as ruas de Campos, com o Auto do Boi-Pintadinho, Luciano então, me transfere da Tipografia para o Grupo de Atividades Culturais.
Em 1997 a ETFC já havia se transformado em CEFET, e com a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Teatro, como outras Oficinas de Arte que já existiam então passam a fazer parte da grade curricular para os alunos do Curso Técnico (nível médio). No período de 1997 a 2002 passo então a Coordenador da Oficina de Artes Cênicas, até a minha aposentadoria.
De 2011 a 2012 convidado pelo então Diretor do IFF Campos Campus Centro, Jefferson Manhães, volto a instituição para Dirigir Oficinas de Criação e Produção Cine Vídeo e crio o I Festival de Cinema Curta-IFF, realizado em 2012 no Auditório Cristina Bastos.
As 3 horas de bate papo e gravações foram poucas para narrar os períodos e os fatos em seus mínimos detalhes. Esperava que um dia, acompanhando e vivendo as transformações do IFF como acompanho, que esse depoimento viesse a acontecer, e esses 50 anos vividos ali dentro pretendo transformar no livro Com Os Dentes Cravados Na Memória, onde não só o que vivi dentro do IFF será contado, mas também muito da minha travessuras culturais por este país a fora.
Equipe da Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design para Educação que trabalharam nas gravações: Larissa Vianna, Rodrigo Otal, Carlos Henrique Morelato e Lionel Mota.
Artur Gomes
Com Os Dentes Cravados na Memória
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uma cidade sem memória não é uma cidade
Federico Baudelaire
Campos precisa acordar para voltar a ser
Rúbia Querubim
tocar-te por dentro lentamente calmamente como quem morde a maçã na boca da serpente e uiva mastigando a carne como sobremesa
Artur Kabrunco
o gosto da tua carne não conheço não me deste o endereço
Federika Bezerra
transverso anjo avessso atravesso as artérias da cidade águas do paraíba emporcalhadas de esgotos
Irina Serafina
como poesia devoro para matar a fome quando oro o prazer tem outro nome
Artur Gomes
absinto impossível te sentir mais do que já sinto
Pastor de Andrade
cidade veraCidade nossas angústias penduradas nos varais
Federika Lispector
viva a lira do delírio antropofágica paulistana metendo a língua desbragada nos bordéis de copacabana
Lady Gumes
o delírio é a lira do poeta se o poeta não delira sua lira não concreta
Artur Fulinaíma
desde os tempos de moleque para descascar carne de manga faca facão canivete arma branca de pivete nos quintais da cacomanga
EuGênio Mallarmè
não tenho papas na língua nem pastor me come as coxas eu sou do mar da tempestade beira mar é quem lambe as minhas ostras
Gigi Mocidade
*
In Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
Livro inédito de Artur Gomes – lançamento previsto para 2025
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Dia 4 novembro 9:30h
performance com poesia dos livros Suor & Cio 1985 e O Homem Com A Flor Na Boca 2023 –
Ciep 147 – José do Patrocínio – Campos dos Goytacazes-RJ
Artur Gomes é poeta ator produtor cultural - atua na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima como Coordenador de Cultura e recentemente foi eleito para a Academia Campista de Letras para ocupar a cadeira 12 antes ocupada pelo professor Hélio de Freitas Coêlho
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Poeta Artur Gomes é eleito para cadeira 12 da Academia Campista de Letras
O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho
*
Os membros da Academia Campista de Letras (ACL) elegeram Artur Gomes, poeta, ator e produtor cultural, para ocupar a cadeira n. 12 da instituição, na noite de quinta-feira (3).
O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho, tendo como patrono Heitor de Araújo Silva.
Candidataram-se como postulantes à vaga os escritores Diego Nunes Abreu, Ivan Vilela Júnior, Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro, Thais de Souza Silva, Wedson Felipe Cabral Pacheco e Wesley Barbosa Machado.
As candidaturas, previamente analisadas pela comissão eleitoral (formada pelo presidente Ronaldo Junior, pelo segundo vice-presidente Carlos Augusto Alencar e pela Secretária Titular Sylvia Paes), foram deferidas e assim votadas: Artur Gomes obteve 15 votos, enquanto Pedro Henrique Ribeiro obteve 1 voto. Os demais não receberam votos.
A cerimônia de posse está marcada para ocorrer no sábado, dia 19 de outubro, às 16h, na sede da ACL, localizada no Jardim São Benedito.
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Artur Gomes – Fulinaimagens
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Em 16 de dezembro de 2016 a convite do querido e saudoso amigo Hélio de Freitas Coêlho – então presidente da ACL - Academia Campista de Letras, estreei a performance poética com os dentes cravados na memória com a qual circulei pelo Brasil durante todo anos de 2017
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Artur Gomes - Fulinaimagens
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Adorei saber que Artur Gomes vai ocupar a cadeira n. 12 da Academia Campista de Letras. Que escolha acertada! Artur tem dedicado sua vida à poesia através de livros, vídeos, performances, saraus etc. É, sem sombra de dúvidas, um nome honroso para tão conceituada instituição cultural. Parabéns, admirado poeta e querido amigo Artur Gomes!
Joilson Bessa da Silva
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Artur Gomes – Fulinaimagens
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como bem disse Carlos Augusto e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará sendo não tenho motivos nem razões para que não seja
poesia me vem dos dentes
das unhas da língua da carne
dos nervos das fímbrias
dos músculos matéria métrica
metáfora dos ossos
em tudo por onde tocar
ainda posso
existem almas mansas
leves limpas calmas
e também as espíritos de porca
com a minha
e a de Federico Garcia Lorca
Artur Gomes
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como bem disse Carlos Augusto e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará sendo não tenho motivos nem razões para que não seja
poesia me vem dos dentes
das unhas da língua da carne
dos nervos das fímbrias
dos músculos matéria métrica
metáfora dos ossos
em tudo por onde tocar
ainda posso
existem almas mansas
leves limpas calmas
e também as espíritos de porca
com a minha
e a de Federico Garcia Lorca
Artur Gomes
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poema das invenções
fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito
Artur Gomes
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engenho
minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial
que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho à luta
mesmo sabendo – o vão
- estreito em cada porta
Artur Gomes
Suor & Cio – 1985
Carne Viva – Antologia de Poesia Erótica – Org. Olga Savary – 1986
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Anedotas na dura partida de Olga
Savary ontem. Trago a memorável amizade amorosa com Carlos Drummond de
Andrade, junto a um poema inédito dele para sua ''Olenka":
por Mariana Basílio
'[...] Nunca me atraiu como homem, mas sempre mexeu comigo. Como poeta, era de tirar o fôlego. Tinha vontade de pegá-lo no colo, como uma mãe, mas ele não gostava nada dessa história. Eram outras as suas intenções [risos]. Uma vez, na fila do banco, eu disse para ele que adorava a amizade amorosa que havíamos construído. Ele ficou furioso:
“Amizade amorosa coisa nenhuma, isso é amor!”.
Fiquei muda, passada. Drummond era
discretíssimo, tímido, mas naquele momento se tornou um alucinado, gritava em
plena fila de banco. (...) Ele me chamava de Olenka, diminutivo de Olga, em
russo, e fez um lindo poema para mim, que nunca foi publicado.
''Miragem
Chegou, impressentida e silenciosa,
Com uma saudade eslava nos cabelos
E um ritmo de crepúsculo ou de rosa.
Os olhos eram suaves e eis que ao
vê-los,
Outra paisagem, fluída, na distância,
Sugeria doçuras e desvelos.
No coração, agora já sem ânsia,
paira a serenidade comovida
que lembra os puros cânticos da
infância.
Logo depois se foi, mas refletida
nesse espelho interior, onde as
imagens
se libertam do tempo, além da vida,
Olenka permanece, entre miragens.''
(1955)
OLENKA
para Olga Savary
alga
magma
magno enigma
matéria mineral
mulher
água
Olenka é uma variante diminutiva do nome
Olga, que tem raízes na tradição russa e eslava. Simboliza alguém que traz luz
e claridade.
publicado em "A MEDIDA DO DESERTO",
dentro da Coletânea RIOS, Isis Libris, 2003.
Tanussi Cardoso
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A viva carne da poesia de Olga Savary
Por Alexandre Bonafim*
De como, em "Magma", Olga Savary
conclama o cosmo à "festa da vontade" e atira o leitor "em
direção ao desejo"
Intensa, febril, pulsante, a palavra de Olga
Savary alucina-nos, atira-nos em direção ao desejo despido de medos e, por isso,
docemente selvagem, perturbador; desejo que arrebata todas as fibras do ser e
nos consome em alegre agonia, em acalanto de suspiros e ternuras.
Telúrica, ligada às matrizes da vida, a poesia de
Olga é expressão da mais cega vontade da carne; é explosão da natureza desnuda.
Eis a grandeza da poeta: dar forma, pela palavra, às pulsões vivas do corpo,
aos deuses primitivos que queimam nosso âmago, que nos deixam em transe febril.
Por outro lado, a sabedoria da poeta reside, antes
de tudo, no pleno domínio dos recursos líricos. Se a palavra arde em suas mãos,
ganha corpo, sangue, é porque a poeta sabe dar a justa medida formal aos
conteúdos. É o que podemos ver, por exemplo, em “Signo”, obra prima de seu
famoso livro Magma:
A respiração de novembro e de sua véspera
(outubro) arde-me não no cérebro
nem no ombro
mas – anel de fogo – nas ancas
e nas entranhas.
Em ti eu amo os amores todos.
Eu não podia aceitar isto
mas aceito agora. A vida
não cessa, é eterno continuar.
Por mais que se queira
o ávido sangue não será saciado.
A tarde é quem está bebendo este desejo
conivente com a violência
da patada da fera amada.
E numa noite de novembro
é que fiquei pronta para a vida
ao ver o mar refletido no teu corpo
e ao meu rosto assomar todo o desastre.
O cosmo é conclamado à festa da vontade: o mar
espelha-se no amado e, vice-versa, porque o desejo é total volúpia do inteiro
universo. A bela metáfora “anel de fogo” desvela a pulsão dessa ardência
superlativa, desse amor hiperbólico a conter todos os amores.
Magma pertence à categoria daqueles livros raros,
em que quase não conseguimos encontrar um poema de vôo menor. Nesse aspecto, é
obra importante, tanto tematicamente (por ser libérrimo no trato do desejo)
quanto formalmente (impecável quanto ao manejo de nossa língua).
Em "Carne viva" os signos “cavalo” e
“mar” formam um elo metafórico de grande expressividade. Cavalgar e nadar,
pelas ondas do mar, desvelam a expressividade da ação corporal dos amantes, a
volúpia do transe sexual. Mas a fúria desse movimento carnal vai além. O eu
lírico não apenas está sob o cavalo, como também é escoiceado pelo animal, em
bela hipérbole da delicada agressividade do amor físico:
Que é de mim sobre este cavalo em maio?
Lanceando-me o abrasado flanco com o fogo de seu coice como o fervor de um jato
d’água – arquiteturas ambas em fúria – este cavalo em maio é a guerra sazonada
em meu corpo-recesso-de-fruta tal que tramasse nesse rio nascente a fermentação
da forma absoluta, A(h) mar!
Em um dos poemas mais felizes do livro, intitulado
“Venha a nós o vosso reino”, Olga define, com exímia precisão, a paixão, o
estertor amoroso, em metáforas e imagens de grande beleza:
Cheios de imagens os olhos
e de silêncio os ouvidos.
Palavras: quase nada.
A cor do barro primitivo em tua pele,
terra-mãe, vinho de frutos, fogo, água,
em ti se nasce e em ti se morre.
Vais me recolhendo e recompondo
no labirinto-búzio-alto-das-coxas,
presságio de submerso jardim,
um ideal jardim em que me apresso
e tardo retardar a troca das marés
quando para ti me evado.
O que é amor senão a fome rara,
o susto no coração exposto
que com a chama ou a água devora,
é devorada, que desdenha a mente
por uma outra fome, vago pasto
água igual a fogo, fogo como lava?
Amor foi uma volta inteira de relógio mais 7 horas.
Amor: chega de gastar teu nome:
agora arde.
O imperativo do último verso faz toda ação do
texto transcorrer para a vida. Em viva carne, em aberto pulso, o amor, em belo
carpe diem, é conclamado à ação. E que a palavra, vigorosa, intensa, dessa
grande poeta, leve seus leitores ao orgasmo não só do verbo, mas da vida em
febre e desvario.
______________
Alexandre Bonafim é escritor e crítico literário
Antologia da Nova Poesia Brasileira
Org. Olga Savary – lançada em 1992
Pela Fundação Rio / RIOARTE
Um dos poetas presentes nesta publicação é o nosso querido
amigo Ricardo Vieira Lima
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“No Brasil, poeta morre de fome.
Mas sou apaixonada por este malandro chamado literatura
e não viveria sem ele.”
Olga Savary (1933 – 2020)
*
Olga completaria 87 anos hoje, 21 de maio de 2020. A poeta, lamentavelmente, nos deixou na última sexta-feira, 15 de maio. Nascida em Belém do Pará em 1933, vivia no Rio de Janeiro. Filha de pai russo e mãe paraense, se orgulhava de ter uma bisavó materna de origem indígena.
Olga Savary foi poeta,
tradutora, contista, romancista. Traduziu mais de 40 obras de literatura
hispano-americana, incluindo autores como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Octavio
Paz, Pablo Neruda, Laura Esquivel, Federico García Lorca,
Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa e outros. Em 1994 Olga Savary venceu o
Prêmio Jabuti de Tradução, por Como água para chocolate, da escritora
mexicana Laura Esquivel.
Pioneira, avançada, culta e
belíssima, Olga também ficou conhecida por ter sido a primeira mulher brasileira
a lançar um livro de poemas eróticos. No Brasil, foi a segunda a publicar
haikais, o primeiro foi um homem – segundo me contou, orgulhosa, ela foi “a
primeira mulher a divulgar a arte do haikai no Brasil”. Olga era poeta, e
não “poetisa”, termo que ela e eu detestamos.
Carlos Drummond de Andrade foi
apaixonado por ela. Apesar de sua imensa admiração pela poesia de
Drummond, Olga não correspondia à paixão do escritor mineiro. “Drummond
era meu primo, ele que descobriu isso e me escreveu para contar. Ele era
apaixonado por mim, eu não. Se bem que uma vez encontrei com ele na rua,
e tive que encostar na parede, para não cair. Fiquei com as pernas bambas, não
de paixão, mas de ternura”.
Antes de mergulhar na poesia
intensa, selvagem e única de Olga Savary, que terei a alegria de apresentar
logo abaixo, preciso compartilhar o contexto do meu último encontro com Olga no
Rio de Janeiro, há poucos dias.
Nas últimas semanas estive convidando
pessoalmente as personalidades escolhidas para o Conselho do projeto
p-o-e-s-i-a.org, que vai ajudar poetas brasileiros em dificuldade. Já
estão no conselho Chico Buarque, Conceição
Evaristo, Armando Freitas Filho, Francisco Alvim, Heloísa Buarque de Hollanda,
José Carlos Capinan, Josely Vianna Baptista,
Leonardo Fróes, Eliane Potiguara, Ricardo Aleixo, Eliane Robert Moraes, Claudio Willer, entre
outros.
Enviamos e-mails para quase
todas e todos os conselheiros. Alguns não tem e-mail, então passamos a telefonar.
Num desses telefonemas, um susto. Do lado de lá da ligação, mais gemidos
e tosses do que voz. Ao tentar introduzir a ideia do projeto, e a homenagem ao
Conselho de poetas, as respostas eram entrecortadas por silêncios, tossidas,
lapsos de memória, gemidos de dor.
– “Estou com muito frio, estou
muito fraca, só comi bananas a semana inteira…”.
– Do lado de cá: “Nossa.. Você
está com febre? Tem alguém aí com você? Quer que te leve ao hospital”?
– “Não, estou sozinha, não tem
ninguém aqui, estou muito fraca para qualquer coisa…”.
– “Agora está muito tarde, mas
se a senhora permitir, amanhã vamos fazer umas compras no supermercado, podemos
levar alimentos frescos para você se alimentar melhor… Vamos de máscara, e
deixamos os alimentos na sua porta…”.
-“A minha memória está
péssima, Beatriz, seu nome me diz alguma coisa, mas não estou lembrando de
onde….”
– “Não se preocupe, nós não
nos conhecemos pessoalmente, sua memória está boa! Li a sua poesia e suas
traduções, liguei para fazer o convite e a homenagem do projeto poesia.org…”.
E assim a própria missão do
projeto, de ajudar poetas em dificuldade, se impôs de maneira urgente.
No dia seguinte fomos à sua
casa, Laura e eu; ela estava tossindo, sozinha, rodeada de livros. Olhou
discretamente as caixas de alimentos que levamos. Perguntou quanto teria que
pagar pelas compras. “Nada, fique tranquila”. Ela abriu um pequeno sorriso.
Se alguém ainda tem dúvida o
que quer dizer “poeta em vulnerabilidade social” espero que esta realidade, tão
brasileira e cruel, vivida pelos artistas abandonados pelo Estado, seja uma
resposta eloquente o suficiente.
Já de noite, no corredor escuro do edifício, antes de entrar no elevador, vi um sorriso doce no rosto da senhora de 86 anos que dedicou sua vida à poesia. Mostrei o livro dela que eu carregava na bolsa. Olga fez questão de autografar e datar o período de tempo que se passou entre a publicação em 1986, no século passado, e o momento presente, em 2020.
Eu admirava muito Olga Savary, mas até então não a conhecia pessoalmente. Do ponto inicial de um telefonema em uma noite a ela nos autorizar a levar as compras de supermercado ao seu apartamento no dia seguinte, tudo foi muito rápido.Ao chegar no edifício com as
caixas de alimentos, imediatamente alertamos o porteiro para o fato de ela
estar sozinha no apartamento, e ter reclamado de não estar comendo bem…
Ao conversar com ela e tentar insistir em uma visita ao médico ou ida ao
hospital, ela nos dissuadiu, dizendo com firmeza que tinha essa tosse há anos.
Em seguida, nos certificamos de que a família estava ciente da fragilidade da
saúde da escritora: “sim, meu genro me telefonou, ele e minha filha estão
sabendo”.
Mesmo assim, avisei o grupo de
poetas envolvidos com o projeto na esperança de que outras pessoas do Rio de
Janeiro, que talvez tivessem intimidade com Olga, pudessem intervir.
Recebi algumas mensagens e amigos dela foram rapidamente avisados sobre a
situação. Uma semana se passou, e então chegou a notícia do seu
falecimento em Teresópolis, onde sua filha reside. Mais uma grande artista
brasileira se foi.
Neste único encontro
presencial, Olga, mesmo fragilizada, mostrou toda a força de sua personalidade.
Quando perguntei se aceitaria integrar o Conselho de poetas, ela olhou bem nos
meus olhos e inesperadamente, com a voz forte e firme, disse: “aceito, com
orgulho!”. Mostrando-se independente e altiva, pediu para não ser tratada
de maneira diferente ou “especial”. Perguntou o que precisaria fazer. Respondi
que precisávamos de uma foto dela, e mostrei a página do projeto onde já haviam
imagens dos primeiros Conselheiros.
Olga elogiou a beleza do
projeto, e disse: “não quero uma foto minha feia, faço questão de ser lembrada
jovem e bonita!”, reclamando que hoje em dia pegam qualquer imagem na internet
e publicam. Então imediatamente abri o celular e procurei fotos de Olga,
vi uma dezena delas, e escolhi a que me pareceu mais forte. Bem humorada,
me olhou e disse: “esta é a minha foto preferida, você foi certeira! Confio em
você, Beatriz, você conhece a beleza, e isso é fundamental para a poesia. É com
essa imagem que quero ser lembrada”. E arrematou: “toda artista tem sua
persona pública, você não acha que eu tenho o direito de ser representada pela
imagem que melhor me traduz?”.
Essa é Olga Savary, a bela
mulher eternizada nesta foto, a poeta gigante que escreveu os magníficos poemas
a seguir. Muito triste ainda, com aquela dor que não para de doer, respiro
fundo e pergunto ao mar, que ela tanto amava: por que quis o destino que fosse
eu a ouvir o último pedido da poeta? Olga, querida, nunca te esqueceremos.
***
Acomodação do desejo III
Deito-me com quem é livre à
beira dos abismos
e estou perto do meu desejo.
Depois do silêncio úmido dos
lugares de pedra,
dos lugares de água, dos regatos perdidos,
lá onde morremos de um vago êxtase,
de uma requintada barbárie estávamos morrendo,
lá onde meus pés estavam na água
e meu coração sob meus pés,
se seguisses minhas pegadas e
ao êxtase me seguisses
até morrermos, uma tal morte seria digna de ser morrida.
Então morramos dessa breve
morte lenta,
cadenciada, rude, dessa morte lúdica.
***
Além de mim
Quero apenas
Além de mim, quero apenas
essa tranqüilidade de campos de flores
e este gesto impreciso
recompondo a infância.
Além de mim
– e entre mim e meu deserto –
quero apenas silêncio,
cúmplice absoluto de meu verso,
tecendo a teia do vestígio
com cuidado de aranha.
***
Amanhã
Se devoras teus sonhos
quando se ensaiam apenas
e secamente represas
essa linguagem de flores
e teu desejo de asas
que restam subterrâneas,
quem serás tu, depois
do grande sono, amanhã?
Não te abandones um só momento
sou inconstante como a nuvem
sou mutável como o vento.
Não te dês inteiro um só momento
porque um dia te quererás de volta
e levarás somente um fragmento.
***
Auto despedida
Há algo nas manhãs que não
entendo agora
e a um grito de minhas pernas não atendo.
Ainda depois da noite, noite me espia
e sonho dúvidas enormes e imóveis
como a imobilidade das aranhas.
Tão pouco tempo – e tenho de deixar-me
e queria nunca ter de repartir-me.
Começa a raiva da saudade
que inventei vou ter de mim
***
Sextilha Camoniana
Daqui dou o viver já por
vivido.
Quero estar quieta, sozinha agora,
igual a uma cobra de cabeça chata,
ficar sentada sobre os meus joelhos
como alguém coagulado em outra margem.
Daqui dou o viver já por vivido
***
Comunhão
Por que escrevo?
Porque sou pouca e
mínima embora
vária, porque não
me basto, escrevo
para compensar a
falta, porque não
quero ser só raiz e
haste e preciso do
outro para dar
sombra e fruto.
David
Não sendo bicho nem deus
nem da raiz tendo a força
ou a eternidade da pedra,
o poeta nas palavras
põe essa força de nada:
sua funda é o poema.
***
Cerne
Nada a ver com a fonte
mas com a sede
Nada a ver com o repasto
mas com a fome
Nada a ver com o plantio
mas com a semente
***
Pitúna-Ára
Exilada das manhãs,
de noite é que me visto.
Caminho só pela casa
e o viajar na casa escura
faz soar meus passos mudos
como em floresta dormida.
Me vêem, eu que não me vejo,
as coisas — de corpo inteiro.
O real está me sonhando,
o real por todo lado.
Não sou eu que vivo o medo;
em seu tapete de sombras,
por ele é que sou vivida.
Aonde me levam estes passos
que não soam e que não vão:
às armadilhas do vôo
como a paisagem no espelho
espatifado no chão?
O escuro é tanque de limo
para minha sombra escolhida
pela memória do dia.
Deixo o mel e ordenho o cacto:
cresço a favor da manhã.
***
Iraruca
Destino é o nome que damos
à nossa comodidade,
à covardia do não-risco,
do não-pegar-as-coisas-com-os-dentes.
Quanto a mim,
pátria é o que eu chamo poesia
e todas as sensualidades: vida.
Amor é o que eu chamo mar,
é o que eu chamo água.
***
Mapa de esperança
Vinha pisando sobre toda a
praia,
o sangue quieto — ou quase quieto —,
os pensamentos leves como espumas
e os cabelos soltos como nuvens.
Trágica como princesa de
elegia,
meu estandarte é o desespero,
minha bandeira, indecisão.
Ainda assim, alegria, te
festejo.
*
Beatriz Azevedo é poeta, compositora, multiartista. Doutora em Artes, estudou música no Mannes College of Music Nova York e dramaturgia na Sala Beckett em Barcelona. Autora de Antropofagia palimpsesto selvagem (Cosac Naify), Abracadabra (Selo Demônio Negro) e outros.
Fonte: Revista Cult
https://revistacult.uol.com.br/home/olga-savary-poeta-nao-poetisa/
Há 4 anos
morria Olga Savary, a mãe do pasquim
Olga nasceu em Belém do Pará, no dia
21 de maio de 1933 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de maio de 2020.
Por Ediel Ribeiro
Jornalista, cartunista e escritor
Mãe só tem uma.
Pai, ele teve vários: Tarso de Castro (editor), Jaguar (editor de
humor), Sérgio Cabral (editor de textos), Carlos Prosperi (editor gráfico) e
Claudio Ceccon.
O velho jargão, “mãe só tem uma”, ainda que em desuso, serve muito bem
para ilustrar a história do semanário “O Pasquim” - depois apenas “Pasquim”,
sem o artigo.
Reza a “lenda”, ou a “história” ( “se a lenda é mais interessante que a
história, imprima-se a lenda”, ensinou o “historiador” do Oeste americano John
Ford, em “O Homem Que Matou o Facínora”) , que a fundação do “Pasquim”
aconteceu mais ou menos assim:
Com a morte do humorista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, Tarso de
Castro, que na época fazia um baita sucesso com sua coluna no jornal
"Última Hora", foi convidado por Murilo Pereira Reis - dono da
Distribuidora de Imprensa - para editar o jornal “A Carapuça”.
Tarso de Castro não aceitou, preferindo criar um novo tablóide. “Vamos
fazer um jornal marginal” - disse ele.
Tarso convidou Jaguar e Sérgio Cabral para a empreitada. Os primeiros a
se juntar ao grupo foram Carlos Prosperi e Claudio Ceccon, o Claudius.
Millôr Fernandes também foi convidado para participar de “O Pasquim”,
por Tarso, mas recusou — chegou a escrever um artigo prevendo o final da
publicação em poucos números.
Tarso não deixou barato: “Coisas que se explicam pelo fato de que Millôr
considera insuportável qualquer coisa que dê certo e que não o tenha como
autor”. Ziraldo também preferiu ficar apenas como colaborador.
Assim, as negociações resultaram numa sociedade por cotas para dirigir o
jornal: 50 por cento para Murilo Reis e 50 por cento divididos em cotas iguais
para Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Carlos Prosperi e Claudius.
Até aí, tudo bem. O que a “lenda” ou a “história” dos “meninos” esqueceu
de contar é que havia outro fundador (a): Olga Savary.
Olga era casada com Jaguar, com quem teve dois filhos - Flávia Savary ,
também escritora e Pedro, morto em 1999, aos 41 anos. Participou ativamente das
reuniões de criação do tablóide - que acontecia em sua casa ou nos botecos de
Ipanema e Leblon.
Participava e editava as famosas entrevistas. Criou a seção “Dicas”, a
mais lida do jornal. Foi a primeira mulher a dar preços e sugestões de
restaurantes, tendência depois seguida por quase todos os jornais.
Na década de 70, criou a editora Codecri, ligada ao semanário.
No entanto, o livro “O Som do Pasquim”, uma coletânea de entrevistas
publicadas no tablóide, é a única publicação que cita o nome de Olga Savary,
ligando-a ao semanário. Na página 86, ela faz “uma” pergunta a Waldick Soriano,
numa entrevista que fizeram com o cantor, na Freguesia, Ilha do Governador.
Olga Savary é uma das mulheres mais inteligentes do Brasil. Nascida em
Belém do Pará, em 1933, vivia no Rio de Janeiro. Filha de pai russo e mãe
paraense, se orgulhava de ter uma bisavó materna de origem indígena. Poetisa,
escritora, ensaísta, tradutora e jornalista. Ganhou trinta e seis prêmios
nacionais de literatura (entre eles dois Jabutis). Foi tradutora de Pablo
Neruda, Júlio Cortázar, Jorge Luis Borges, Carlos Fuentes e Mario Vargas Llosa.
Foi, ainda, a primeira mulher a publicar um livro de poesias eróticas e
escrever e traduzir haicais (a sintética poesia japonesa).
Festeira, foi a primeira mulher a frequentar bares, antes só
frequentados por homens, e foi, também, criadora do “Bloco de Ipanema”, que
resultou depois na “Banda de Ipanema”.
Assim, por mais que omitam seu nome nos registros, ficará na
"história" e na "lenda" como uma das criadoras do ‘Pasquim’”.
É verdade que mais na lenda do que na história — porque ela, afinal, é
só a mãe.
Fonte: Brasil 247
https://www.brasil247.com/blog/ha-4-anos-morria-olga-savary-a-mae-do-pasquim
Olga Savary (Belém, 21 de maio de 1933 – Teresópolis, 15 de maio de 2020)
foi uma escritora, poeta, contista, romancista, crítica, ensaísta, tradutora e jornalista brasileira.[1]
Biografia
Olga nasceu em Belém, no Pará, em 1933. Era filha única do engenheiro eletricista russo de ascendência alemã, francesa e sueca Bruno Savary e da paraense neta de indígenas Célia Nobre
de Almeida.[2] Enquanto criança, absorveu fortemente os
elementos da cultura de sua terra natal, transmitidos pela família materna. Até
os três anos, teve a vida dividida entre Belém e Monte Alegre, no interior
do Pará, cidade de seus avós maternos. Em 1936 seu
pai, por motivo de trabalho, leva a família para o Nordeste, onde fixa moradia
em Fortaleza.[3][4]
Em 1942, os pais de Olga se separaram e ela foi para o Rio de Janeiro onde
passou a morar com um tio materno, começando a desenvolver suas habilidades
literárias. Aos onze anos passa a redigir um jornalzinho, incentivada por um
vizinho, para quem escrevia, sendo remunerada por isso. Sua mãe, no início,
recriminava a vocação da filha, pois queria que ela se dedicasse à música, o
que Olga detestava. Nesse tempo, ela começa a escrever e a guardar seus
escritos em um caderninho preto, que sempre era deixado com o bibliotecário
da ABI para que
sua mãe não o destruísse.[4]
Sua convivência com a mãe se torna difícil ao ponto de Olga, aos 16
anos, pensar em ir morar com o pai, desistindo por achar que ainda estaria
muito perto da mãe. Contudo, aos 18 anos, Olga volta a Belém, indo morar com
parentes e estudando no Colégio Moderno.
Posteriormente decide voltar para o Rio, onde começa a alavancar sua carreira
de escritora.[4]
Participou do filme de 1968, 'Edu, Coração de Ouro.[5] Correspondente de diversos periódicos no
Brasil e no exterior, organizou várias antologias de poesia. Sua obra também
está presente em diversas antologias brasileiras e internacionais, como a Antologia
de Poesia da América Latina, editada nos Países Baixos, em 1994,
com 18 poetas — inclusive dois prêmios Nobel: Pablo Neruda e Octavio Paz.[6]
Foi poeta, como gostava de ser chamada, contista, romancista, crítica, tradutora e ensaísta. Traduziu mais de 40 obras de mestres
hispano-americanos,[1] como Borges, Cortázar, Carlos Fuentes, Lorca, Neruda, Octavio Paz, Jorge Semprún e Mário Vargas Llosa, e
também os mestres japoneses do haicai - Bashô, Buson e Issa.[6]
Foi membro do PEN Club, associação mundial de
escritores, vinculada à Unesco, da Comissão de Defesa da Liberdade
de Imprensa e Direitos Humanos da ABI - Associação Brasileira de Imprensa e do
Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica. Foi presidente do Sindicato de
Escritores do Estado do Rio de Janeiro em 1997-1998.
Foi também conhecida por ter sido a primeira mulher brasileira a lançar um
livro inteiramente dedicado a poemas eróticos.[6]
Colaborou com vários jornais e revistas do Brasil e do exterior. Teve também alguns de
seus poemas musicados pelo compositor e intérprete Madan, Pedro Luiz das Neves
(1961 - 2014), como "Çaiçuçáua", "Pele" e
"Geminiana".[6]
Morte
Olga morreu em Teresópolis, 15 de maio de 2020, por causa de uma parada
cardíaca, devido à COVID-19.[4][7]
Premiações
A escritora acumulou vários dos principais prêmios nacionais de literatura, entre eles o Prêmio Jabuti de Autor Revelação,[1] pelo livro Espelho Provisório,
concedido pela Câmara Brasileira do Livro (1971),
o Prêmio de Poesia, pelo livro Sumidouro, concedido pela Associação
Paulista de Críticos de Arte (1977),
e o Prêmio Artur de Sales de Poesia, concedido pela Academia de Letras da Bahia pelo
livro Berço Esplêndido (1987).
Livros publicados
·
1970 - Espelho
Provisório (poemas)
·
1977 - Sumidouro (poemas)
·
1979 - Altaonda (poemas)
·
1982 - Magma (o
1º livro editado por uma mulher só com poemas eróticos)
·
1982 - Natureza
Viva (poemas)
·
1986 - Hai-Kais (poemas)
·
1987 - Linha
d'água (poemas)
·
1987 - Berço
Esplendido (poemas)
·
1989 - Retratos (poemas)
·
1994 - Rudá (poemas)
·
1994 - Éden
Hades (poemas)
·
1996 - Morte
de Moema (poemas)
·
1996 - Anima
Animalis (poemas)
·
1997 - O
Olhar Dourado do Abismo (contos)
·
1998 - Repertório
Selvagem (poesia reunida
Fonte: wikipedia
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